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CPI dos Grampos convida Dirceu e Jarbas para falarem sobre denúncias de espionagem

Folha Online

A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara aprovou nesta quarta-feira convite para que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) preste depoimento sobre a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Dirceu é apontado pela revista "Veja" como um dos alvos da investigação ilegal conduzida pelo delegado Protógenes.

A comissão também aprovou convite para que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) preste depoimento à comissão. Jarbas denunciou ser vítima de espionagem supostamente articulada por setores do PMDB. O parlamentar fez recentemente duras críticas ao partido e chegou a acusar peemedebistas de promover a corrupção na administração pública federal.
Inicialmente, a CPI cogitou convocar Dirceu, mas transformou a convocação em convite depois que o autor do requerimento, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), acatou a mudança. "Não é na condição de réu, não quero ficar na disputa entre governo e oposição. Mas se o ex-ministro tem o que dizer, procede o convite ao ex-ministro para que, se ele se dispor a colaborar, que possa vir aqui dar uma contribuição", disse Jungmann.

Novas convocações

A CPI também aprovou nesta quarta-feira a convocação de Protógenes para explicar a denúncia. O ex-diretor geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda, o agente da Abin, Márcio Seltz, o delegado Amaro Vieira Ferreira, responsável pela investigação interna sobre eventuais abusos cometidos por Protógenes, e o juiz da 7ª Vara Federal, Ali Mazloum, também foram convocados a prestar depoimentos aos parlamentares.
A comissão ainda aprovou requerimentos de convocação para os depoimentos de Francisco Ambrósio --agente aposentado do SNI apontado como responsável pelos grampos ilegais contra senadores, deputados, ministros e autoridades do Judiciário --e Idalberto Araújo, que seria responsável por indicar Ambrósio para as investigações da Operação Satiagraha.

PMDB

Integrantes da comissão vão cobrar que Jarbas apresente à CPI os nomes de integrantes do PMDB que estariam envolvidos em ações de corrupção. Apesar do convite a Jarbas tratar oficialmente da suposta espionagem contra o peemedebista, os deputados vão aproveitar para debater com o senador as denúncias reveladas contra o partido. Por ser apenas convidado, e não convocado, Jarbas tem a prerrogativa de negar o pedido da CPI para prestar depoimento.

O senador disse que foi procurado na sexta-feira, em seu gabinete, pelo diretor da Kroll no Brasil, Eduardo Gomide, que negou qualquer envolvimento no caso da suposta espionagem.

Na entrevista à "Veja", o senador disse que o objetivo da espionagem seria "desqualificar suas denúncias" --que fez antes do Carnaval-- sobre o partido.

O senador disse que decidiu procurar a revista porque foi procurado por um especialista em inteligência do Estado de Pernambuco que teria sido contratado por uma "empresa internacional, famosa por seu envolvimento em litígios corporativos", para investigá-lo.
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