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Cem ciganos romenos deixam Irlanda do Norte após ataques

EFE

Cem ciganos romenos abandonaram a Irlanda do Norte após uma série de ataques racistas em Belfast, informou a ministra de Desenvolvimento Social, Margaret Ritchie.

Ritchie afirmou que 25 dos 117 ciganos refugiados em uma igreja protestante ao sul da capital já deixaram o país depois de receber auxílio do governo para pagar pelas passagens aéreas. Outros 75 ciganos devem deixar a Irlanda do Norte nas próximas horas ou dias.

A ministra firmou ainda que poucos decidiram ficar no país, apesar dos esforços de representantes locais, políticos e agências estatais para evitar que os ciganos tivessem que deixar o país.

O grupo de cerca de 20 famílias, que inclui um bebê de cinco dias de vida, passou uma noite em uma igreja, com proteção policial --que não impediu que jovens quebrassem as janelas com pedras. Logo depois, foram deslocados para um centro de lazer público e em seguida para um bairro com algumas casas abandonadas próximas à Universidade Queen.

Os ciganos dizem terem sido vítima de ataques verbais e físicos, que culminaram com jovens irlandeses atirando garrafas e fazendo saudações nazistas durante uma passeata antirracismo realizada na semana passada.

Em um discurso perante à Assembleia, a ministra lamentou "profundamente" a decisão da maioria das famílias de deixar a Irlanda do Norte. "Não somos uma sociedade racista, mas chegou a hora de olharmos uns para os outros seriamente", disse.

"Agora é imperativo e urgente que construamos uma sociedade melhor. Vivemos separados se nos educam de forma separada e, por tanto, não é uma surpresa que tenhamos uma atitude de "nós e eles"", completou.

Um jovem de 21 anos comparecerá nesta terça-feira em um tribunal de Belfast acusado de intimidar a vários membros da comunidade, informaram fontes judiciais.

Outros dois jovens, de 15 e 16 anos, estão em liberdade vigiada em Belfast enquanto aguardam processo em um tribunal juvenil por participação nos ataques.
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