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Manifestantes protestam de novo no Mané Garrincha e deixam clima tenso

Globo Esporte

A onda de protestos não para em Brasília. Desta vez, por volta das 11h deste sábado, centenas de estudantes se reuniram nos arredores do estádio Mané Garrincha, onde a seleção brasileira estreia na Copa das Confederações, contra o Japão, a partir das 16h. O objetivo dos estudantes é demonstrar a revolta por conta dos gastos federais com a realização da Copa das Confederações. A polícia chegou ao local, e o clima ficou tenso em alguns momentos, com os militares precisando utilizar bombas de efeito moral, sprays de pimenta e cavalaria.

Com faixas com dizeres contra a corrupção e a favor da liberdade de expressão, os estudantes fizeram questão de explicitar que o ato é pacífico, e muitos carregavam faixas com palavras como "sem violência".

Apesar de não haver violência por parte dos manifestantes, a Polícia Militar fez uma barreira a uma certa distância do estádio Mané Garrincha para que os protestos não prejudiquem a chegada dos torcedores que irão acompanhar a estreia da seleção brasileira, que deve chegar por volta das 15h.

O clima ficou tenso em dois momentos. Primeiro, às 12h, um um grupo de estudantes rompeu uma segunda barreira e se aproximou do estádio. O batalhão de choque começou a negociar com manifestantes, e o clima ficou mais preocupante, com fumaças e estouros de bombas de efeito moral.

- Foram usados sprays de pimenta e bombas de efeito moral no início da manifestação. Mas não houve nenhum tipo de combate. E nenhum registro de feridos. Está tudo sob controle agora - disse o tenente-coronel da Polícia Militar, Zil Frank Antero, por volta das 13h.

Pouco depois, por volta das 13h30m, com a chegada da cavalaria da polícia, a situação voltou a ficar nervosa. Alguns manifestantes se aproximaram dos portões de acesso ao estádio, e a cavalaria se pôs entre os protestantes e os torcedores que entravam. Não houve agressões.

Por conta do protesto, as entradas do estádio próximas ao local onde ficam os manifestantes ficaram confusas. A Polícia Militar fez um cordão de isolamento, e as pessoas que verão o jogo só passam por este cordão mediante apresentação de ingresso. Famílias, algumas com crianças, ficaram assustadas com a presença dos manifestantes.

- Eu até concordo com o protesto e os ideais dele, mas precisam manifestar de maneira cuidadosa, pois há crianças e idosos que não têm nada com isso - disse o funcionário público Marcos Lima.

Sequência de protestos no Brasil

Esse é o segundo movimento de protesto direcionado para a Copa das Confederações. Nessa sexta-feira, também nas proximidades do estádio Mané Garrincha, manifestantes queimaram pneus como forma de protestar contra a organização da competição, que terá início neste sábado. Na quinta-feira, movimentos tumultados contra o aumento geral da passagem de ônibus terminaram em agressão da polícia militar em várias capitais do país, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.

A revolta se dá pelos gastos nas construções e reformas dos estádios, e o não investimento em escolas e creches e outras instituições, conforme escreveram manifestantes em faixas e cartazes.

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