A Fifa sempre havia dado o dia 31 de dezembro de 2013 como prazo final para entrega dos estádios da Copa do Mundo do próximo ano. Mas nesta segunda-feira, durante seminário sobre negócios do futebol realizado pelo jornal Financial Times, o secretário geral da entidade alongou um pouquinho o limite. Jérôme Valcke disse que chegará no dia 5 de janeiro no Brasil para assumir o controle de todas as arenas da competição.

"Na prática, não faz muita diferença. Foi a melhor data que encontramos depois das festas de final de ano, época em que a Fifa dá uma pequena parada. No dia 5 de janeiro já estarei aqui no Brasil para assumirmos todos os estádios, inclusive o do Corinthians", afirmou Valcke no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

Embora afirme que o prazo de cinco dias a mais não faça muita diferença, Valcke reconheceu que pode ocasionar uma entrega melhor no caso de estádios que correm mais contra o tempo, como é principalmente o caso da arena corintiana. "Foi a melhor data que conseguimos. O relacionamento com o Corinthians tem sido muito bom e eles me prometeram que a entrega não será depois desta data."

A Fifa assume o controle dos estádios de suas competições com certa antecedência, mas os prazos da Copa das Confederações só foram cumpridos por duas sedes: Belo Horionte e Fortaleza. As demais acabaram entregando as arenas em cima da hora, como foi o caso de Brasília, onde o Estádio Mané Garrincha mostrou problemas de acabamento e no gramado durante a estreia do Brasil na competição - vitória por 3 a 0 sobre o Japão.

"Para a Copa do Mundo, a exigência é maior. O gramado do estádio de Brasília era para apenas um jogo. Na Copa, ele vai ter que aguentar mais jogos e estar em perfeitas condições para as partidas mais importantes depois da primeira fase. Por isso que precisamos que os estádios estejam completamente prontos no dia 5 de janeiro", disse Valcke.

Segurança é assunto do governo
O secretário geral da Fifa evitou novamente tecer comentários mais exigentes em relação à segurança da Copa do Mundo depois que todos os jogos da Copa das Confederações acabaram recebendo protestos. "A segurança é uma responsabilidade do governo. Eu não tenho condições de avaliar se a repressão aos protestos foi exagerada ou não. Normalmente a polícia faz o que mandam ela fazer."

Brasil na final, lucro maior
Durante sua palestra no seminário do Financial Times, Valcke deixou escapar que é muito importante para a Fifa que o Brasil vá o mais longe possível na Copa do Mundo que organiza em casa. E isso influencia diretamente os cofres da entidade.

"Nosso lucro bruto com a Copa do Mundo é de cerca de US$ 4 bilhões. A Copa é o evento que mantém a Fifa. Para a Copa é muito importante que o Brasil chegue na final. Se o Brasil for campeão, nosso lucro será maior aqui", admitiu Valcke sem meias palavras.