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Manifestantes tomam café e varrem frente do Palácio dos Bandeirantes

G1

Cerca de 30 manifestantes organizaram um café da manhã nesta terça-feira (18) em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. O clima era tranquilo em frente à portaria 2, onde eles se concentram. Eles chegaram a varrer a frente da sede do governo onde ainda havia sujeira que sobrou do conflito ocorrido na noite de segunda-feira (17). A polícia acompanha o ato à distância.

O Palácio dos Bandeirantes foi o único ponto que registrou tumulto durante a manifestação que reuniu cerca de 65 mil pessoas em São Paulo. Um grupo de manifestantes conseguiu arrombar a portaria 2 do Palácio dos Bandeirantes por volta das 23h. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e gás de pimenta. Após a situação se acalmar, um grupo decidiu passar a noite em frente ao palácio.

A Avenida Morumbi, que passa em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no sentido Santo Amaro, estava bloqueada parcialmente no início da manhã. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Avenida Morumbi está interditada a partir da Rua Sargento Gilberto Marcondes Machado. Um desvio foi montado na Rua Dom Paulo Pedrosa. O tráfego era intenso na região por volta das 8h15.

Os manifestantes ajudam a organizar o trânsito em frente ao Palácio e pedem para os motoristas buzinarem em apoio ao protesto. Eles disseram ao G1 que não esperam ser recebidos pelo governador Geraldo Alckmin, mas que têm a expectativa de que outras pessoas venham reforçar o bloqueio. Por volta das 8h, eles organizaram um café da manhã. Apoiadores vieram trazer alimentos para os colegas. Eles não descartam a possibilidade de caminhar até a sede da Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera.

A engenheira civil Maristela Reis, do Grupo Moradores do Morumbi, passou em frente ao palácio e parou para conversar com os manifestantes. "Vim dar o apoio do grupo ao movimento. Tenho 15 minutos e vim me solidarizar. Nosso grupo sempre protestou por mais segurança, menos violência e contra a PEC 37", afirmou.

As pessoas que permaneceram em frente ao palácio ainda carregavam os cartazes do protesto. Uma fogueira foi feita durante a madrugada na Avenida Morumbi, que passa em frente ao palácio. Nesta manhã, era possível ver pichações nos muros externos da sede do governo e no asfalto, todas relacionadas ao aumento das tarifas do transporte urbano. Um grupo varria o chão onde ainda havia sujeira do ato. A vassoura foi emprestada por funcionários do palácio, segundo os manifestantes.

A estudante de veterinária Agnes Ferreira, 21, saiu às 17h da Avenida Faria Lima, na Zona Oeste da capital paulista e caminhou até a sede do governo. "Resistimos aqui. Jogaram cinco bombas na gente. Também deram dois tiros de bala de borracha", afirmou.

Após o confronto entre manifestantes e policiais militares na noite de quinta-feira (13), o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, anunciou no domingo (16) a mudança nos procedimentos para acompanhar os protestos. O uso de balas de borrachas foi descartado assim como a mobilização da Tropa de Choque. A PM foi orientada a agir, durante as manifestações, somente em caso de provocação e vandalismo.

Avaliação
A avaliação do governo do estado é que a estratégia de estabelecer um diálogo entre a Secretaria de Segurança e os líderes do movimento funcionou com perfeição, resultando em uma manifestação tranquila em praticamente todo o trajeto, informou o Bom Dia São Paulo.

Fracassou, portanto, segundo o Palácio dos Bandeirantes, a tentativa de uma minoria de usar ações violentas para criar distúrbios e desvirtuar a manifestação. O governo do estado disse que reconhece que o protesto a cada dia ganha força e que espera os acontecimentos para compreender a demanda dos manifestantes. Com relação à tarifa da passagem do Metrô, a princípio, ela não cai e segue em R$ 3,20.

Destino da manifestação
A sede do governo paulista foi um dos destinos dos manifestantes. O tumulto começou cerca de uma hora e trinta minutos depois de a passeata chegar ao local. Sob gritos de "o Palácio é nosso", os manifestantes pediam para que a entrada fosse liberada. A polícia apenas acompanhava, do lado interno, as manifestações.

Ainda antes do portão ser arrombado, rojões foram jogados pelos manifestantes e a entrada foi forçada. Neste momento, líderes do movimento tentavam pedir calma ao grupo. Em conversa com um representante da PM, chegou a ficar acordado que uma comissão seria recebida no Palácio.

Entretanto, a negociação não foi concretizada. Parte do grupo discordava do combinado e forçou a entrada, arrombando o portão. A PM reagiu lançando bombas e conseguiu dispersar o grupo e fechar a portaria. Por volta das 23h30, jovens interditavam uma das esquinas da Avenida Morumbi com uma fogueira e foram dispersados pela PM com bombas.

Nas imediações, um ônibus teve um vidro quebrado e foi pichado. Xingamentos contra o governador e palavras de ordem foram pichadas no portão 2. Cerca de meia hora depois do tumulto, novamente manifestantes se concentraram em frente à portaria do Palácio, onde também acenderam uma fogueira.

Manifestação
O quinto dia de protestos começou com a reunião de milhares de manifestantes no fim da tarde, no Largo da Batata. Cerca de 65 mil pessoas participaram do ato, segundo estimativa da PM.

Após os manifestantes se dividirem pela capital paulista, ao menos 3 mil pessoas chegaram ao Palácio dos Bandeirantes, de acordo com balanço da polícia às 22h. Apesar do confronto no Palácio, não foram registrados incidentes em outros pontos da capital paulista.
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