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Câmara passa por 2ª etapa de limpeza após ocupação da marquise

G1

A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (19) a segunda etapa da limpeza da marquise do Congresso Nacional, dois dia depois que manifestantes invadiram o local para protestar contra gastos públicos com a Copa das Confederações e em repúdio ao aumento das passagens de transporte coletivo em diversos estados. Segundo a assessoria da Casa, foram colocadas de placas advertindo sobre o risco de queda da parte superior da sede do Legislativo e substituídos os vidros arrancados durante o ato.

A retirada das pichações feitas pelos manifestantes só deve ocorrer após a Copa das Confederações. A assessoria da Câmara informou que a limpeza, que começou nesta terça, termina ainda nesta quarta-feira (19).


O Departamento Técnico da Câmara encontrou dois vidros quebrados, pedaços de mármore arrancados, holofotes de iluminação fora de posicionamento, fios rompidos, pichações e sujeira no chão. Os reparos foram realizados por uma equipe interna da Câmara e, somando mão de obra e material, não ultrapassaram o custo de R$ 2 mil.


“Não foram muitos estragos, mas estamos apreensivos com o que pode acontecer na quinta-feira, quando uma nova manifestação deve acontecer, visto o que ocorreu no Rio e em outras capitais”, disse o diretor do departamento, Maurício Matta.

Ele disse que cerca de 20 pedaços de mármore, de cerca de 15 mentímetros cada, foram arrancados da marquise do Congresso e usados por alguns manifestantes contra a polícia e os vidros do prédio. Duas janelas, de 1,20 m x 0,60 m, da primeira vice-presidência e da Secretaria-Geral da Mesa foram quebradas.

Reparos
As placas de mármore foram recolocadas nesta manhã, assim como os vidros quebrados. A Companhia Energética de Brasília (CEB) foi acionada para reposicionar holofotes e remendar fios rompidos.


Placas foram instaladas ao longo do gramado que fica em frente ao Congresso para alertar as pessoas do perigo de queda. “Vimos pessoas descendo esse gramado. O risco de acidente é grande. Em alguns pontos, a altura é de dez metros”, afirmou Matta.

As pichações feitas no chão da marquise e na cúpula da Câmara foram lavadas. O processo deve se repetir nesta quarta. “É um paliativo. A pintura mesmo vai ser depois da Copa das Confederações, porque até o final do evento outras manifestações e pichações devem ocorrer”, fala o diretor do Departamento Técnico da Câmara.

Marquise
Segundo Maurício Matta, que é arquiteto, a marquise do Congresso Nacional, ocupada durante o protesto desta segunda, foi projetada para receber o público. O acesso ao local foi restringido por causa do risco de acidente.

“A marquise foi projetada para isso. Na época da Constituinte e das Diretas Já, muita gente subia e alguns acidentes ocorreram. Por isso a direção do Congresso suspendeu o acesso de pessoas”, disse.


Marcha do Vinagre
O protesto em Brasília, que reuniu 10 mil pessoas, foi contra os gastos públicos com as copas das Confederações e do Mundo e em apoio às manifestações em São Paulo contra o reajuste das tarifas do transporte público.

No início da noite, parte do grupo que protestava no local rompeu o cordão de isolamento da Polícia Militar e ocupou a marquise do Congresso Nacional onde ficam as cúpulas da Câmara e do Senado.

O protesto em Brasília teve início às 17h. Os manifestantes saíram do Museu da República em direção ao Congresso Nacional. No trajeto, eles chegaram a fechar as seis faixas do Eixo Monumental. Pelo menos duas pessoas foram presas por desacato.

Manifestantes e policiais se enfrentaram às 21h50, depois que um grupo tentou invadir a Chapelaria do Congresso. Os policiais usaram cassetetes e spray de pimenta para dissolver a multidão. Os manifestantes jogaram um skate e pedras em direção aos policiais e dispararam extintores de incêndio. A manifestação acabou por volta da meia-noite.
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