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'Cenário de terror', resume diretor de loja saqueada em Porto Alegre

RBS TV

A cena se repetiu em Porto Alegre. Um novo protesto, por diversas causas, começou de forma pacífica no fim da tarde de segunda-feira (24), com uma caminhada que reuniu cerca de 10 mil pessoas, e terminou com atos de vandalismo e confronto com a polícia nas ruas da região central da cidade. Após as confusões, mais de 100 foram detidos. Na madrugada desta terça-feira (25), lojistas já contabilizavam prejuízos. O diretor-administrativo de um estabelecimento de instrumentos musicais, eletrônicos e acessórios contabiliza perda de mais de R$ 300 mil.

"Não sobrou nada. Eles entraram, quebraram todas as vitrines, os vidros. Um cenário de terror. Nosso prejuízo vai passar de R$ 300 mil", lamenta Cesar Camargo. O diretor estima que pelo menos uma semana será usada para reparos no estabelecimento, que ficará fechado no período.

Diversas lojas foram saqueadas entre a noite e a madrugada. Quase todos os aparelhos celulares de uma operadora de telefonia foram levados. Uma loja de material esportivo teve até as roupas dos manequins roubadas. O número oficial de lojas depredadas e saqueadas ainda não foi divulgado pela polícia. Mas gerentes de pelo menos cinco redes registraram ocorrência na Academia de Segurança Pública, na Zona Leste da capital, para onde os presos foram encaminhados.

Segundo a polícia, as 103 pessoas foram detidas por furto, roubo, formação de quadrilha e danos ao patrimônio público e privado. Cerca de 10 devem ser levadas ao Presídio Central no decorrer da manhã. A ação da polícia, porém, será detalhada somente em entrevista coletiva na tarde desta terça.

Registros de vandalismo
De acordo com o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), 17 contêineres foram queimados ao longo do percurso dos protestos. Durante o dia, foram retirados das ruas cerca de 80 lixeiras para evitar que o mesmo ocorresse. Uma banca de revistas também acabou incendiada nas proximidades do Hospital Santa Casa de Misericórdia. O Corpo dos Bombeiros foi acionado para controlar o fogo. Os bombeiros foram acionados para um total de 33 ocorrências.

Segundo comandante do Estado Maior da Brigada Militar, Alfeu Freitas Moreira, uma pessoa ainda foi presa portando uma TV de LCD furtada de uma loja de eletrodomésticos na Rua dos Andradas.

Agências bancárias tiveram seus vidros quebrados. Uma concessionária de veículos foi depredada na Avenida João Pessoa. Na Cidade Baixa, carros foram chutados e um chegou até a ser arrombado, paredes foram pichadas e contêineres foram derrubados e depredados.

Antes, perto da Usina do Gasômetro, um pequeno grupo de jovens chutou placas de sinalização de trânsito, quando foram repreendidos por outros manifestantes.

Na última quinta-feira (20), a manifestação contou com a participação de cerca de 20 mil pessoas. Após começar de forma pacífica, atos de vandalismo foram registrados.

Concentração começou de maneira pacífica
Com cartazes e causas que iam de críticas contra a Copa e o transporte público, passando por reintegrações de posse, maus-tratos aos animais, PEC 37, manifestantes voltaram a se reunir em frente à Prefeitura de Porto Alegre no fim da tarde desta segunda-feira.

Para acompanhar o protesto, foram utilizadas 658 câmeras da EPTC e da Guarda Municipal e 48 câmeras do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). Pelo menos 200 agentes da EPTC foram às ruas do Centro de Porto Alegre para orientar os motoristas sobre mudanças no trânsito e desvios em função do protesto.
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