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Grupo editorial ameaça processar Berlusconi por insinuar complô

Folha Online

O grupo editorial italiano L'Espresso, proprietário do jornal "La Repubblica", informou nesta quarta-feira, por meio de um comunicado à mídia local, que irá processar o premiê italiano, Silvio Berlusconi, por declarações nas quais ele insinua que a empresa integra um "projeto subversivo" cujo objetivo seria tira-lo do poder.

Em 13 de junho passado, em um encontro com jovens empresários italianos, Berlusconi disse que os escândalos que o rodeiam ultimamente e que tiveram repercussão internacional fazem parte do "projeto subversivo" para derrubá-lo. No entendimento do L'Espresso, o premiê quis instigar os empresários a boicotar a compra de anúncios em publicações do grupo. 

"Querer derrubar um premiê eleito pelo voto dos italianos para pôr outra pessoa, que não foi escolhida democraticamente... Se isto não é subversão, digam-me o que é", disse o premiê, no encontro com os empresários. "Se há um momento no qual é preciso pegar com pinças o que dizem os jornais é este. Continuo encontrando citações de frases que nunca pronunciei. A imprensa italiana pinta uma Itália que não é a real."

O grupo informou que irá processar Berlusconi na esfera cível, por violação das normas de concorrência de mercado, e penal.

Recentemente, Berlusconi esteve envolvido em uma série de escândalos. Os primeiros tinham como pivô a mulher dele, Verónica Lario, que fez críticas públicas à indicação de jovens belas como candidatas pelo partido do premiê para o Parlamento Europeu; depois insinuou que ele tivesse um caso com a jovem Noemi Letizia, 18, quando ele compareceu à festa da moça; e, por fim, fez um pedido público de divórcio.

No final de maio passado, a Justiça da Itália confiscou as fotografias feitas por um jornalista de festas ocorridas na casa de Berlusconi, na Sardenha. Uma semana depois, no entanto, o espanhol "El País" publicou algumas dessas imagens nas quais apareciam mulheres jovens fazendo "topless" e um homem nu em uma piscina.

O escândalo provocou duas investigações contra o premiê: uma pelo suposto uso indevido de aviões oficiais para levar os convidados à Sardenha; e outra por incentivo à prostituição --pelo menos uma jovem disse ter cobrado 1.000 euros para ir a uma festa do premiê. Berlusconi já disse, em entrevista à revista Chi, que nunca "pagou por uma mulher".
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