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Informações "trágicas" afastam pacientes com problemas nos maxilares

Folha Online

Ter fortes dores ou ficar com a boca "amarrada" durante a recuperação são alguns dos mitos envolvendo a ortognática (de alinhamento de maxila e/ou mandíbula). De acordo com os cirurgiões, essas informações incorretas e "trágicas" fazem com que muitas pessoas desistam do processo operatório.

Os especialistas afirmam, por exemplo, que o paciente sai da sala de cirurgia já com a boca desbloqueada e não sente dor em momento algum (apenas o desconforto do inchaço).

"Na internet, por exemplo, há muita informação importante e interessante, mas também há informações deturpadas, ultrapassadas, que dão ao paciente uma má impressão em relação ao procedimento cirúrgico", afirma o cirurgião bucomaxilofacial Luciano Del Santo, que possui uma clínica na cidade de São Paulo especializada neste tipo de cirurgia.

Mariana Melo, de 23 anos, uma de suas pacientes, conta que ouviu muitos relatos desestimulantes em relação à cirurgia antes de ser operada (em dezembro de 2008), mas que também conversou com pessoas que tinham adorado o resultado. "Fiquei com medo, claro, mas eu sabia exatamente por tudo o que iria passar, então facilitou bastante, porque nada foi surpresa".

Depois de ter ficado vários anos tentando resolver o problema apenas com o uso do aparelho ortodôntico, ela resolveu passar por cirurgias na maxila, na mandíbula e no mento (queixo), ficou 3h30 na sala de cirurgia e recebeu alta já no dia seguinte.

Já a pernambucana Poli Amorim ainda espera pela "coragem" de passar pelo centro cirúrgico: "Todo mundo me fala que não é pra eu fazer, que eu sou linda assim mesmo". Ela diz que chegou a ir a um consultório com a sua mãe, mas que se impressionou ao ver uma paciente que tinha feito a cirurgia três dias antes. "Ela estava toda inchada e com a boca amarrada. Minha mãe chegou a chorar."

De acordo com Del Santo, que opera duas pessoas por semana, em média, "ainda há cirurgiões que utilizam métodos precários, mas o bloqueio intermaxilar [boca amarrada] não é necessário e é cada vez menos usado". "Por isso o paciente deve procurar vários especialistas e prestar atenção do que ele oferece", alerta o cirurgião.
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