Um levantamento com mulheres venezuelanas que fizeram plástica no nariz mostrou que aquelas que o fizeram para ganhar características “mais brancas” tiveram uma melhora apenas temporária de autoestima.

A antropóloga Lauren Gulbas, professora assistente de Dartmouth, uma prestigiada universidade americana, fez entrevistas com 63 mulheres da Venezuela de raças branca, negra ou mestiça, sendo que 24 delas já haviam feito plástica no nariz e as restantes gostariam de fazer. Todas elas disseram ter como ideal um nariz alongado, com formato mais identificado com a raça branca, mesmo aquelas com ascendência negra, que tendem a tê-lo mais achatado.

Assim como em grande parte da América Latina, na Venezuela os brancos predominam nas classes mais ricas e pessoas de outras origens étnicas são mais passíveis de serem marginalizadas. A pesquisadora identificou que as mulheres entrevistadas querem mudar seu nariz para elevarem sua autoestima, mas não levam em conta que isso tem relação com a marginalização racial na sociedade venezuelana.

Como a simples mudança no nariz não deve proporcionar a aceitação como brancas, a satisfação e o ganho de auto-estima com a mudança no corpo será apenas temporária, afima Lauren Gulbas.