A Justiça determinou o afastamento de cinco diretores do orfanato Casa de Moisés, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Eles são suspeitos de maus-tratos e de desvio de dinheiro. A juíza Débora Letícia Dias acatou o pedido de liminar do Ministério Público no último dia 2 de julho.

Em consequência da decisão, a prefeitura de Águas Lindas de Goiás nomeou três interventores para coordenar a casa provisoriamente. Uma das novas responsáveis pela Casa de Moisés, Edna Fernandes, afirmou não ter conhecimento de que os ex-diretores cometiam tais irregularidades. "Fui pega de surpresa. Determinaram que viéssemos cuidar das crianças", declarou.

O G1 não conseguiu contato com os diretores afastados do orfanato.

Desvio de doações
As investigações no orfanato começaram há cerca de dois anos, após o MP receber denúncias de irregularidades. Segundo a promotora Ana Paula Machado, as primeiras informações eram de que os diretores desviavam as doações que chegavam para o orfanato, que abriga 19 crianças. A maioria dos internos foi retirada das famílias porque estava em situação de risco.

Ex-funcionária da Casa de Moisés, Rosália Moraes conta que trabalhou por dois anos no local, mas desconhece as denúncias. “Fiquei assustada, só queria saber a fundo porque foram afastados”, declara.

Apesar da conclusão do inquérito civil público, a promotora continua a investigar a situação da Casa de Moisés, pois outro processo está em andamento. Os dois procedimentos seguem em segredo de Justiça. “Vamos apurar a responsabilidade criminal em razão desses fatos comprovados por meio do inquérito civil”, afirma a representante do Ministério Público.