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Dilma defende repúdio de Mercosul aos EUA por espionagem

Reuters

A presidente Dilma Rousseff acredita que a decisão dos líderes sul-americanos do Mercosul é correta e afirmou, ao desembarcar em Montevidéu para participar de reunião do bloco, que qualquer ação de espionagem contra a soberania dos países, merece repúdio.



"Repudiar qualquer ação de espionagem que contrarie os direitos humanos, principalmente o direito básico, o individual, de privacidade e, ao mesmo tempo, contrariar a soberania dos países, é algo que merece o repúdio de qualquer país, qualquer país que se defina como país democrático", disse a presidente a jornalistas na noite de quinta-feira, segundo o site da Presidência da República.



Os países do bloco decidiram enviar a Washington uma mensagem dura sobre as denúncias de espionagem dos Estados Unidos na região, que vieram à tona a partir de informações divulgadas pelo ex-prestador de serviços de uma agência de inteligência norte-americana Edward Snowden.



O norte-americano está refugiado há semanas na ala de trânsito de um aeroporto de Moscou, num limbo jurídico. Os EUA querem que ele seja entregue para responder por supostos crimes contra a segurança nacional, e alertam que qualquer nação que lhe conceder asilo sofrerá consequências.



Com base em documentos fornecidos por Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), o jornal O Globo publicou reportagens que revelaram um suposto esquema de monitoramento por parte da agência que teria espionado comunicações eletrônicas e telefônicas de brasileiros e de outros países da região.



A América Latina também acabou envolvida no caso Snowden, porque três governos esquerdistas da região --Venezuela, Bolívia e Nicarágua-- ofereceram asilo ao norte-americano.



Dilma já havia se manifestado sobre o caso e, na ocasião, alegou que se confirmado seria "violação de soberania".



Em Montevidéu, Dilma também tem previsto um encontro bilateral com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.



O comércio entre os principais membros do Mercosul, Brasil e Argentina, tem sofrido restrições aplicadas por Buenos Aires à entrada de produtos brasileiros para proteger o superávit comercial com que financia sua isolada economia.



Diplomatas sul-americanos esperavam que as duas presidentes se reuniriam depois de concluída a reunião de cúpula do bloco para abordar as relações comerciais entre os dois países.



O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou o encontro e disse que elas tratarão de assuntos bilaterais pendentes, sem dar mais detalhes.



O Mercosul é formado por Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, suspenso temporariamente.
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