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Câmeras não mostram morador da Rocinha saindo de UPP; ele está desaparecido há cinco dias

Extra

O Comando de Polícia Pacificadora garantiu ontem que as câmeras de monitoramento da Rocinha não flagraram o pedreiro Amarildo de Souza, de 47 anos, deixando UPP da comunidade. Ele está desaparecido desde o último domingo, quando foi levado para averiguação na unidade. O CPP não soube informar, entretanto, com qual criminoso ele teria sido confundido pelos policiais que o abordaram na porta de casa. Ele chegou a ser levado para a sede da UPP e, segundo a versão da PM, foi liberado em seguida.

Ontem, a cúpula da Segurança Pública do Rio prometeu à família de Amarildo intensificar as investigações sobre o caso. Os GPS das viaturas da UPP da comunidade e as imagens gravadas na favela serão analisados. O coordenador do CPP decidirá hoje se irá afastar os dois soldados que fizeram a abordagem.

- Vamos resolver tudo amanhã (hoje). O próprio comandante, major Edson Santos, recebeu ele na unidade e o liberou. Só não sabemos o que ocorreu depois - informou o coronel Paulo Henrique de Moraes.

Ainda de acordo com Paulo Henrique, as câmeras não flagraram Amarildo deixando a UPP. Ele teria descido por uma localidade conhecida como Portão Vermelho.

Depois da reunião - à portas fechadas, no gabinete do secretário José Mariano Beltrame - a sobrinha de Amarildo disse que os parentes do rapaz estão “confortados”.

- Agora, pelo menos, estão certos de que teremos uma resposta do que houve com o meu tio - garantiu a estudante Michelle Lacerda, de 26 anos.

Além do paradeiro do pedreiro, as autoridades prometeram apurar as denúncias sobre supostas arbitrariedades cometidas por policiais militares lotados na Rocinha. Filho de Amarildo, Anderson Gomes, de 21 anos, conta que está sendo ameaçado dentro da favela.

- Existe um bonde de uns 15 PMs que agem como xerifes dentro da comunidade - afirma ele.

Abusos serão punidos

O coronel Paulo Henrique negou que tivesse conhecimento prévio de irregularidades cometidas por PMs na Rocinha. Ele garantiu que qualquer desvio será punido e pediu a contribuição dos moradores do local:

- Abrimos um canal para resolver essas questões. É importante que denunciem.

Já o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, garantiu que o caso será esclarecido.

- Temos uma situação concreta, que é grave, e será investigada. Mas os relatos de pé na porta e qualquer outra truculência será checado pelas autoridades.

Na reunião de ontem, que durou duas horas e 40 minutos, estavam presentes ainda a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha; o comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos; e o delegado titular da 15ª DP (Gávea), Orlando Zaccone.

Zaccone ouviu os dois soldados responsáveis pela abordagem de Amarildo, na noite de ontem. Segundo a versão deles, eles teriam achado o pedreiro parecido fisicamente com um dos criminosos procurados durante a operação Paz Armada.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/cameras-nao-mostram-morador-da-rocinha-saindo-de-upp-ele-esta-desaparecido-ha-cinco-dias-9094428.html#ixzz2ZUWZrw5S
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