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Notícias / Ciência & Saúde

Tito Vilanova: a interrupção do sonho de treinar a equipe de sua vida

R7

Ginés Muñoz. Barcelona, 19 jul (EFE).- Tito Vilanova deixou de ser treinador do Barcelona nesta sexta-feira devido à segunda reincidência de um câncer na glândula parótida, que o fez decidir que sua saúde é mais importante que dirigir a equipamento da alma, porque o câncer não conhece sonhos, nem desejos, nem de anseios. Essa cruel doença afetou Vilanova pela primeira vez em novembro de 2011. Na época, ele era o auxiliar de seu amigo Josep Guardiola, e nem se imaginava que, cinco meses depois, o clube lhe faria uma proposta para substituir o melhor técnico da história do Barça. Ele recebeu as rédeas de uma equipe repleta de estrelas para que pudesse demonstrar que era não apenas um gênio da tática, mas também um excelente gerente de recursos humanos. O treinador foi operado de um tumor em uma glândula parótida em 11 de novembro, véspera de um jogo contra o Milan, pela fase de grupos da Ligas dos Campeões. Após passar pela sala de cirurgia, Vilanova voltou progressivamente ao trabalho duas semanas depois e, em maio desse ano, o médico Ricard Pruna declarou que o técnico espanhol estava clinicamente curado. Após o adeus de Guardiola, Vilanova se tornou, para surpresa do entorno do clube, no comandante do navio. Assumiu a direção da equipe em julho de 2012 reconhecendo que perderia todas as comparações com o antecessor. Na parte esportiva, porém, ganhou a primeira delas conduzindo o Barcelona em um primeiro turno de Campeonato Espanhol dos sonhos, com 18 vitórias em 19 rodadas. No entanto, o câncer apareceria novamente em sua vida para colocar tudo de pernas para o ar. Inclui-se aí o grupo de jogadores que ele dirigia com grande sucesso até então, mas que acusou o estado de saúde de seu líder, muitas vezes ausente do dia a dia. Na manhã de 19 de dezembro do ano passado, o Barcelona enviou à imprensa um comunicado cancelando o almoço de Natal, prenúncio de uma má notícia. Algo semelhante aconteceu nesta sexta-feira, com o cancelamento do treino da tarde e do amistoso contra o Lechia Gdansk, marcado para este sábado. Desde o fim do ano passado, foram frequentes as viagens de Vilanova a Nova York para iniciar um novo tratamento. As especulações sobre seu estado de saúde aumentaram, embora ele mesmo e o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, não se cansassem de dizer que tudo estava bem. A última semana foi marcada pelo desencontro de Guardiola e Tito, pela forma tão distinta que duas pessoas, que se conhecem há 28 anos, têm agora de perceber a lealdade e os códigos de amizade e carinho. O agora ex-treinador do Barça se disse chateado por não ter recebido a visita do amigo durante o tratamento nos EUA. Agora, devido às circunstâncias, o conflito parece fútil. Ambos deveriam se reencontrar na próxima quarta-feira, na Alemanha, no amistoso entre Barça e Bayern de Munique, mas Tito não estará mais presente. O futebol ou o acerto de contas com Guardiola ficaram absolutamente em um segundo plano. Aos 44 anos, Vilanova luta por algo muito mais importante.
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