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Feliz com bom retorno, 'brasileiro' Valdivia admite culpa por lesões

Globo Esporte

Para alegria do torcedor palmeirense, a magia do futebol do chileno Valdivia está de volta. Depois de ficar 114 dias ausente dos gramados, o meia voltou em grande estilo após a Copa das Confederações e tem sido o grande nome do Palmeiras nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro da Série B.

Não à toa, com o Mago em campo, o time do técnico Gilson Kleina engatou sequência positiva – vitórias contra Oeste e ABC, e Figueirense, com outra ótima atuação do chileno – e já lidera a competição sob o comando de um "novo brasileiro". Nascido na Venezuela e naturalizado chileno, Jorge Valdivia, fã de Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno, agora faz parte também do país do futebol. Há duas semanas, o palmeirense ampliou sua longa relação com o Brasil ao conseguir visto permanente.



– Há dez dias eu consegui o visto permanente como cidadão brasileiro. Meus filhos vão à escola e estão muito bem adaptados. Minha filha fala português como brasileira mesmo, sem sotaque. Gosto disso. Eu me sinto à vontade aqui – conta.

Empolgado com a boa fase da equipe na temporada e, principalmente, com seu bom desempenho, Valdivia não esconde sua felicidade. Em entrevista ao Esporte Espetacular, o camisa 10 do Verdão falou sobre a difícil sequência de lesões sofrida em 2013, admitiu que não se cuidou como deveria no passado e, mesmo sem fazer promessas, garante ter um grande objetivo em 2013: voltar a ser decisivo.

– Sei muito bem de toda a responsabilidade e cobrança que há em cima de mim. É isso que vou mostrar. Eu sinto que devo jogar mais. Eu quero jogar mais. Quero ser esse cara que todo mundo fala – garante.


Reconheço que no passado tive muita culpa por ter tido muitas lesões. Não me cuidava, achava que isso não atrapalhar"

Valdivia

Desde que retornou ao Palmeiras, em 2010, em negociação que custou € 6 milhões aos cofres do clube alviverde, Valdivia tem enfrentado diversos problemas físicos. Mais experiente, o atleta admite parcela de culpa pela sequência de lesões, mas rebate a fama de "chinelinho" (termo usado no futebol para falar sobre um atleta que não gosta de treinar e jogar).

– Reconheço que no passado tive muita culpa por ter tido muitas lesões. Não me cuidava, achava que isso não ia atrapalhar, mas atrapalhou. Eu sou o primeiro a saber que por causa disso não foi positivo. Sou o primeiro a falar que não joguei bem, sou o primeiro a me cobrar. Não vou esconder – reconhece.

– Minha dívida é não jogar tudo o que eu queria jogar. O primeiro a se cobrar sou eu. Acho que as pessoas pensam que o jogador gosta de ficar no departamento médico, que pede para os médicos falarem que está machucado. Quando você está lesionado você trabalha todos os dias, chega 9h e vai embora só 19h. Dá muito mais trabalho. Quando os outros estão de folga, você tem de vir ao CT aos sábados e aos domingos. Falar que é chinelinho, dar “migué”... Isso machuca – completa.

Titular do Palmeiras desde o retorno após a Copa das Confederações, Valdivia vive clima de paz com a torcida alviverde. Apesar de ter sido alvo de protestos de uma torcida organizada, o meia garante ter um bom relacionamento com o público.


O jogador cita até um lance da vitória contra o ABC para mostrar que a lua de mel está de volta. Na ocasião, os torcedores pediram para que o Mago batesse o pênalti convertido por Vinícius no terceiro gol palmeirense na vitória por 4 a 1 contra os potiguares.

– Hoje, quando vou ao shopping... Até porque estou jogando, quando não estava não ia (risos). Agora dá para sair para jantar com a mulher, levar os filhos na churrascaria. A melhor resposta que eu posso dar para todos aconteceu no jogo contra o ABC, com o Pacaembu inteiro pedindo que eu batesse o pênalti. Para mim foi sensacional. Eu me emocionei muito, mas não podia passar por cima da ordem do treinador – fala.

Grande nome do Palmeiras para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B e da Copa do Brasil, Valdivia vê o time em franca evolução. Destaca que apenas uma sequência de vitórias trará confiança aos atletas em busca do acesso, mas ressalta as mudanças no clube com o técnico Gilson Kleina e o presidente Paulo Nobre.

– O que dá confiança é a vitória. Mas hoje vejo o Palmeiras no caminho certo. Desde a presidência até a rouparia. Antes era muita informação que saia daqui de dentro, que vazava. Hoje não tem mais isso – comemora.
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