Imprimir

Notícias / Política BR

Indústria de armas reforça lobby no Congresso contra proposta de referendo contra comercialização

De Brasília - Vinícius Tavares

A Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) prepara forte lobby no Congresso Nacional contra o que classifica como nova tentativa de realização de referendo sobre o desarmamento, como ocorrido em 2005. A Aniam distribuiu recentemente uma cartilha a parlamentares da Câmara e Senado com dez “falsos” mitos sobre a proibição do comércio de armas.

Entidade afirma ser mentira que boa parte dos homicídios seja cometida pelo cidadão comum. De acordo com estudo de José Pastore, professor da Universidade de São Paulo (USP), 82% dos crimes esclarecidos no Estado são cometidos por criminosos reincidentes.

Compra de armas pela população cai 40% após Desarmamento, diz Ipea

Aniam alerta que o problema da violência está ligado à entrada de armas ilegais no país e ao baixo IDH. E cita dados do IBGE, segundo os quais a região Nordeste é a que tem o menor número de armas legais, mas a que apresenta a maior taxa de homicídios (29,6 por 100 mil habitantes).

Restrição não impede venda a criminosos, segundo críticos do desarmamento

A entidade argumenta que a campanha do desarmamento promovida pelo governo federal não reduziu violência. E cita dado importante: de que número de mortos dobrou em Cuiabá e Várzea Grande durante a campanha de 2005.

Entrega de armas na Campanha Nacional do Desarmamento aumentou na última semana

No documento, a Aniam diz ainda que as armas do cidadão comum não são responsáveis pelo aparelhamento de criminosos. Segundo a cartilha, pesquisa realizada por profissionais da Faculdade de Saúde Pública da USP, com informações de 2007 do Datasus, aponta as seguintes causas para a morte acidental de brasileiros menores de 15 anos: acidentes de trânsito (2.134); afogamentos (1.382); sufocações (701); motivos diversos (359); queimaduras (337); quedas (254); intoxicações (105), e só então armas de fogo (52).

O ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho endossa o documento. Ele defende o direito de liberdade do cidadão de poder comprar uma arma e diz que muitos mitos têm sido ressuscitados para iludir população. O tema foi suscitado em 2011, quando o então presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugeriu a realização de um novo referendo popular sobre a venda de armas e munições, proposta que caiu no esquecimento.
Imprimir