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Médicos paralisam atividades em 11 Estados nesta terça-feira

R7

 Médicos de 11 Estados paralisam suas atividades nesta terça-feira (23). Com a liderança da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), o ato tem como objetivo mobilizar e chamar a atenção da população ao Programa Mais Médicos e aos vetos da presidente Dilma Rousseff a lei do Ato Médico, que regulamenta o exercício da medicina. A paralisação faz parte do calendário estabelecido pela federação no começo do mês de julho.

Segundo o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, o ato envolve especialistas da área pública e privada de saúde. Para ele, é inaceitável “trazer médicos para trabalhar no Brasil sem revalidação do diploma” e impor aos profissionais um local fixo de trabalho.

— É uma luta geral, em nome da medicina e da população brasileiras. O governo quer precarizar o trabalho do médico colocando ele para trabalhar no interior com bolsa. Nós não podemos aceitar trabalho escravo. Se o governo quer mais médicos no interior então que faça um concurso público com 20 horas de trabalho semanal dando estabilidade e carreira dentro do serviço público.

Ferreira ainda disse que as últimas ações do governo federal têm "provocado e chocado a categoria médica" e colocado o trabalho dos médicos "em xeque".

— Outra coisa que não podemos aceitar é a ampliação do curso para oito anos. Isso é
Para não prejudicar a população, o presidente afirma que a greve não atingirá os serviços de urgência e emergência. Apenas os serviços de exames e consultas deverão ser reagendados.

A Fenam informou nesta segunda-feira (22) que estão mantidas as paralisações previstas para os dias 30 e 31 de julho.

Ação na Justiça

O CFM (Conselho Federal de Medicina) ingressou com ação na Justiça Federal contra o programa Mais Médicos, anunciado pelo governo federal, em 9 de julho. O CFM questiona a vinda dos médicos estrangeiros sem validação de diplomas, a falta de comprovação do domínio da língua portuguesa pelos candidatos e criação do que chamou de "subcategorias de médicos, com limitação territorial".

Para o Conselho Federal, esses médicos serão "jogados" na periferia das cidades ou em locais longínquos do País, "sem nenhum controle de sua capacidade técnica", advertindo que esta "é uma atitude, no mínimo, temerária, para não dizer criminosa".

O conselho, que promete novas ações contra o programa, classifica a Medida Provisória que trata do Mais Médicos como "oportunista", justificando que o governo anuncia o programa, "se aproveitando do clamor público oriundo das ruas para editar uma legislação simplesmente populista".

Sem consenso

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou nesta segunda-feira que tenha faltado diálogo do ministério com as entidades médicas sobre o Programa Mais Médicos. Segundo ele, as conversas ocorreram, mas não foi possível chegar a um consenso sobre os termos do programa.

Na última sexta-feira (19), entidades médicas anunciaram a saída de câmaras e comissões técnicas do governo nas áreas de saúde e da educação em reação ao Mais Médicos. O presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), Geraldo Ferreira, argumenta que o governo declara ter negociado com a categoria, mas não ouviu as sugestões apresentadas e manteve o que já estava decidido anteriormente.
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