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STF deve retomar julgamento do mensalão até o meio de agosto

G1

  O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pretende anunciar no dia 1º de agosto, na volta do recesso do Judiciário, que o julgamento dos recursos dos condenados no processo do mensalão entrará na pauta do plenário no prazo de dez dias. Com isso, a análise dos embargos deverá começar no dia 12 (uma segunda-feira) ou 14 de agosto (uma quarta), a depender da decisão dos demais ministros se haverá também sessões às segundas-feiras, para acelerar o julgamento, como ocorreu na análise da ação principal, no ano passado.

O anúncio da retomada do julgamento deverá ser feito aos demais ministros do STF na primeira sessão após o recesso do Judiciário. No mesmo dia, Barbosa também deve levar à discussão do plenário a necessidade de convocação das sessões extras - atualmente, a corte só se reúne quartas e quintas.

A estimativa é de que o julgamento dos recursos dos 25 condenados pelo STF no segundo semestre do ano passado dure pelo menos um mês.

Os ministros decidiram em maio, em sessão administrativa, que Barbosa comunicará o início do julgamento dos recursos com 10 dias de antecedência. Isso será feito para que os ministros e advogados de defesa se preparem novamente para a análise do caso.

Em razão da chegada de Luís Roberto Barroso, a corte estará com a composição completa, 11 ministros, para o julgamento dos recursos.

O plenário também deve decidir se mantém ou não a decisão tomada por Joaquim Barbosa isoladamente de que não são cabíveis os embargos infringentes, recursos para condenações não unânimes que podem levar a novo julgamento.

Joaquim Barbosa entra de férias nesta sexta e só retorna ao tribunal no dia 1º. No período, o ministro Ricardo Lewandowski assumirá a presidência do tribunal.

Recursos
Os chamados embargos de declaração que serão julgados pedem, entre outras coisas, penas menores e um novo acórdão do julgamento (documento que resume a decisão) em razão de falas retiradas. Depois do julgamento dos embargos de declaração, cabem embargos dos embargos.

O tribunal decidiu que os condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos. No caso do deputado Natan Donadon, no julgamento do segundo recurso, a corte entendeu que os embargos eram protelatórios e expediu o mandado de prisão. O caso pode servir de precedente para o julgamento dos recursos do mensalão.

Durante o julgamento do processo do mensalão, que durou 53 sessões entre 2 de agosto e 17 de dezembro do ano passado, 25 foram condenados e 12 absolvidos. O Supremo entendeu que houve um esquema de desvio de dinheiro público e de compra de votos de parlamentares para apoiar projetos do governo federal nos primeiros anos da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, opinou pela rejeição de todos os embargos de declaração. O mandato de Gurgel na Procuradoria termina em 15 de agosto e ele pode participar de parte do julgamento.

Conversa com Dilma
Nesta sexta, Joaquim Barbosa se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para discutir a situação do sistema carcerário. Por mais de uma vez, Barbosa criticou a situação dos presídios no país e pediu a reunião com a presidente para solicitar mais investimentos da União.

A continuidade da discussão deve se dar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que também participou do encontro e comanda a pasta responsável pela segurança púlblica.

Está em gestação no governo federal um pacto entre Executivo, Judiciário e Legislativo para reduzir a superlotação dos presídios e melhorar a condição de vida dos detentos.
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