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Notícias / Brasil

Justiça determina transferência de menores suspeitas de matar colega

TV Anhanguera

 A Vara da Infância e Juventude de Jataí, no sudoeste de Goiás, determinou na quinta-feira (1º) a transferência das menores de 16 e 17 anos, suspeitas de matar a facadas a estudante universitária Bianca Pazinatto, 18 anos, para um centro de atendimento socioeducativo, em Goiânia. Conforme a medida, no mesmo dia as meninas deixaram a Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), onde estavam desde terça-feira (30).
Elas foram encaminhadas de Jataí para a capital após um pedido do Conselho Tutelar. O órgão temia que a integridade física das suspeitas não pudesse ser resguardada na cidade do sudoeste goiano, já que há uma forte comoção popular com o crime. No entanto, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente, elas só poderiam ficar apreendidas na Depai por, no máximo, cinco dias, o que motivou a nova transferência.
A decisão da transferência é do juiz Thiago Soares Casteliano, que também será responsável pelo caso. A sentença final deve ficar pronta dentro de 45 dias.
O corpo de Bianca foi encontrado na segunda-feira (29) na casa da menina mais velha, embrulhado em sacos plásticos debaixo de uma cama. Em entrevista, a suspeita contou que a motivação do assassinato seria a recusa da vítima em manter um namoro. "Ela não ia ficar comigo. Não queria que ficasse com mais ninguém também", declarou. Segundo a suspeita, Bianca tentou lutar antes de ser morta. “Ela se debateu e queria gritar. Ficou muito desesperada”.

A família de Bianca nega que a jovem tivesse qualquer relacionamento homoafetivo com a adolescente. “Ela não queria envolvimento com essa jovem. Bianca era perseguida”, contou Júlia Pazzinato, tia da vítima.
Os pais da estudante ainda não falaram sobre o crime. No entanto, um tio da jovem garante que ninguém tinha conhecimento sobre o interesse amoroso da menina por Bianca. “Não sabíamos nem da tal carta em que a garota se declarou. Se havia a vontade de um relacionamento, era por parte da menor, pois minha sobrinha nunca correspondeu. Ela até tinha um namorado”, afirmou João Pazinatto.

A tese é reforçada pela mãe da suspeita de 17 anos, que garantiu não ter ciência sobre qualquer ligação entre as duas. “Nunca soube de nada”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada. De acordo com a mãe, a filha está ressentida com o caso. “Ela me pediu perdão e está muito arrependida”.

O crime
A vítima teria sido morta às 10h30 da última segunda-feira, mas só foi encontrada às 19h. Ao G1, o delegado responsável pelo caso, André Fernandes, explicou que, ao sair de casa, a vítima esqueceu o telefone. Quando os policiais chegaram à residência dela, inspecionaram o aparelho e encontraram uma troca de mensagens pelo aplicativo WhatsApp em que ela combinava de se encontrar com a amiga de 17 anos.

A partir das mensagens e da carta com uma declaração de amor, também encontrada em meio aos pertences de Bianca, a polícia começou a suspeitar do envolvimento das adolescentes com o desaparecimento da jovem. Os policiais procuraram pelas moças, que em um primeiro momento afirmaram não saber do paradeiro da vítima.

No entanto, por volta das 18 horas de segunda-feira, o delegado se reuniu com a equipe e um dos policias conseguiu identificar que uma das suspeitas usava uma calça jeans com mancha de sangue. "Então, imediatamente, solicitei que todas as equipes voltassem à rua e solicitassem aos familiares uma vistoria no interior das residências", informou André Fernandes. O corpo de Bianca estava na casa da menina mais velha.
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