Imprimir

Notícias / Ciência & Saúde

Se diagnosticado no início, câncer de pele tem grandes chances de cura

Bem Estar

 O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum e representa mais da metade dos diagnósticos da doença - no Brasil, são mais de 120 mil casos novos por ano.

Existem três tipos: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Os dois primeiros representam 95% do total dos casos, porém o melanoma é o mais perigoso e com maior risco de morte já que pode causar metástase, como explicaram a dermatologista Márcia Purceli e o oncologista Antonio Carlos Buzaid no Bem Estar desta segunda-feira (5).

No entanto, os médicos explicaram que a gravidade do melanoma geralmente se dá por causa do diagnóstico tardio – se descoberto no início, há praticamente 100% de chances de cura. Por isso, é importante observar e prestar atenção nas pintas do corpo – o melanoma cresce primeiro para os lados e, ao primeiro sinal disso, é bom procurar um médico para evitar que ele atinja a derme, camada mais profunda da pele. Caso isso aconteça, o câncer entra na corrente sanguínea e pode se alojar em qualquer órgão do corpo.

Se detectado no início, o câncer pode ser tratado cirurgicamente, mas em casos de metástase, o tratamento é sistêmico. Mesmo depois de tratado, no entanto, ele pode voltar. Uma das opções de tratamento, inclusive, é a imunoterapia, feita pelo Julio Cesar, mostrado na reportagem da Isabel Ferrari, de Porto Alegre (veja no vídeo ao lado). Nesse último caso, são usadas injeções e comprimidos e, nos últimos anos, esse procedimento tem trazido bons resultados.

Entre as pessoas que correm mais risco de ter a doença, estão as de pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos ruivos ou loiros, as que têm casos na família, com muitas pintas no corpo e que tiveram queimaduras solares antes dos 15 anos de idade. Há ainda o risco de surgir uma pinta no pé, que pode ser um sinal de melanoma, especialmente para quem tem a pele negra. Nesse caso, é bom procurar um médico para avaliar a necessidade de retirar a pinta.

Outro período que pode aumentar o risco é a gravidez, acredita-se por causa da ação dos hormônios. Nessa fase, as pintas mudam por causa do estiramento da pele e começam a apresentar outra forma e uma cor mais escura. Por isso, mulheres que têm muitas pintas devem procurar um dermatologista antes de engravidar para que o médico faça um acompanhamento durante esses 9 meses.
Como prevenção, a dermatologista Márcia Purceli alerta que a dica principal é se proteger do sol com chapéus, camisetas e protetores, principalmente entre 10h e 16h. Porém, ela alerta que o uso do filtro é essencial também em dias nublados. Outra medida importante é observar as pintas no corpo - a médica alertou que as pessoas se preocupam muito com as pintas em alto relevo, sendo que o risco maior de melanoma é por causa das pintas lisas. Veja no quadro abaixo o que mais observar.

No caso dos outros tipos de câncer, o carcinoma basocelular ou carcinoma espinocelular, o sinal de alerta é uma lesão que não cicatriza em 28 dias, período que a pele leva para se regenerar.

O primeiro deles, o carcinoma basocelular, representa 75% dos casos e pode surgir em qualquer idade já que é provocado pela exposição ao sol. De acordo com o oncologista Antonio Carlos Buzaid, a lesão desse tipo é mais comum na zona T do rosto e o tratamento é cirúrgico.

Já o carcinoma espinocelular geralmente aparece no rosto, orelha, lábios, pescoço e no dorso da mão, mas podem ocorrer ainda lesões em outras partes do corpo e nos órgãos genitais.

Do mesmo jeito que o carcinoma basocelular, esse tipo de câncer começa como uma ferida que não se cicatriza, mas nesse caso, o tamanho é maior. O tratamento também é com cirurgia.
Exclusivo na web
No vídeo ao lado, a dermatologista Márcia Purceli e o oncologista Antonio Carlos Buzaid responderam perguntas dos internautas. Confira!


Diagnóstico
A repórter Marina Araújo foi até um dos maiores centros de tratamento de câncer do Brasil para mostrar quais os exames mais avançados do mundo para diagnosticar a doença.

Um deles é a microscopia com focal in alvo, que mostra a imagem do sangue se movimentando - segundo a dermatologista e oncologista Gisele Gargantini Rezze, de acordo com o fluxo sanguíneo mostrado no exame, é possível suspeitar de um câncer de pele. Além disso, o aparelho faz também fotos e usa um laser para iluminar a pele por dentro.

Já a tomografia de coerência óptica permite que o médico veja todo o tumor e o tamanho dele na pele. No entanto, esse equipamento ainda só serve para estudos, mas acredita-se que no futuro ele seja bastante útil no diagnóstico do câncer de pele e também em cirurgias já que o cirurgião terá uma melhor visualização do tumor na hora de operar.
Imprimir