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É preciso calar quem divulga dados alarmantes da crise, diz Berlusconi

EFE

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse hoje que é necessário "calar a boca" daqueles veículos de imprensa e organismos que divulgam dados alarmantes sobre a crise econômica.

Berlusconi fez estas declarações durante a entrevista coletiva de apresentação do projeto de lei com medidas contra a crise, aprovado hoje na reunião do Conselho de Ministros.

O chefe do Executivo italiano afirmou que é preciso "calar a boca" de todos os organismos e meios de comunicação que "incentivam o medo e divulgam o pânico".

"Dia sim, dia não", há organizações internacionais que falam "sobre uma queda de 5% no Produto Interno Bruto, uma queda de 5% no consumo. Um desastre", disse o primeiro-ministro.

Segundo Berlusconi, "é necessário incentivar atuações com o objetivo de que editores e diretores de jornais não contribuam para divulgar o pessimismo".

No último dia 24, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) estimou que o PIB italiano iria sofrer uma queda de 5% em 2009, dado também divulgado pelo Banco da Itália um dia depois em suas previsões para este ano.

Berlusconi reiterou sua proposta, efetuada dias atrás, na qual pedia aos empresários para que não invistam em publicidade nos veículos de imprensa que "são em si mesmos fatores de crise".

"O que é preciso fazer é recuperar o consumo, fazer as pessoas voltarem a seu estilo de vida anterior, porque a maioria não têm motivos para modificá-lo", apontou.

Por fim, Berlusconi assegurou: "os italianos estão do meu lado".

Plano

Ainda nesta sexta-feira, o governo italiano adotou um pacote de medidas contra a crise econômica de 2 bilhões de euros (US$ 2,8 bilhões).

A medida mais importante do plano proposto pela equipe de Silvio Berlusconi prevê a eliminação parcial do imposto sobre o lucro das empresas, mas com a condição de que o tributo pago seja de novo investido. Igualmente dispõe uma redução do preço do gás às empresas e famílias.

O plano de reativação econômica estabelece 190 milhões de euros para quem perdeu o emprego e isenta de impostos a população afetada pelo terremoto de 6 de abril na região de L'Aquila, centro da Itália, que deixou 300 mortos e milhares de pessoas sem seus lares.
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