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Dirigente da Força Sindical defende participação de trabalhadores em decisões econômicas

ABr

A presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart, criticou hoje (6) a direção da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) pelas quatro mil demissões anunciadas há duas semanas.

Segundo ela, a empresa desconsiderou a convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que prioriza a negociação coletiva e terminou fazendo demitindo em massa sem buscar um entendimento com os trabalhadores.

Nair Goulart participa do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento que está sendo realizado em Brasília. Suas críticas foram feitas diante do presidente do Conselho de Administração da Embraer, Maurício Botelho, que coordenou o ciclo de debates sobre Globalização Financeira e Regulação do Sistema Financeiro Internacional. Ao final dos debates, Botelho não quis falar com a imprensa.

Durante o encontro, a representante da Força Sindical defendeu maior participação dos trabalhadores nas decisões econômicas, pois segundo ela as teorias dos papas no assunto, os economistas, caíram por terra.

“Este momento de crise é o momento de repensar um novo tratado, um novo pacto mundial em que o trabalho esteja colocado como elemento central, com o respeito às normas internacionais do trabalho e negociações com o fortalecimento da governança democrática”, afirmou.

Goulart também apontou o multilateralismo como saída para estabelecer normas justas no comércio internacional e contribuir com o desenvolvimento dos países e redução das desigualdades. De acordo com ela, esse multilateralismo deve incluir as questões ligadas ao emprego como elemento central para a saída da crise financeira atual.

“Nós pensamos que os instrumentos da OIT com o fortalecimento do diálogo social e a negociação coletiva”, disse.

Ela lembrou que há muitos anos, os trabalhadores e os movimentos sociais vinham alertando sobre os riscos da globalização e que quando ONGs, movimentos sociais e sindicais iniciaram articulações para construir uma visão sobre o assunto foram taxados de esquerda retrograda e jurássicas.

“Vimos que o presidente Lula foi um dos poucos dirigentes mundiais a ir a Davos com propostas tiradas do Fórum Mundial, de uma globalização mais justa e que respeitasse os países em desenvolvimentos”, comentou.

A sindicalista também avaliou que a crise atual, mais do atingir a “economia de cassino”, passa a ser uma crise de natureza produtiva, alimentar e ambiental.
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