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Cesar Maia deixa reunião na Câmara do Rio e diz que CPI deve ser adiada

globo.com

  O vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) saiu do plenário da Câmara Municipal do Rio pouco antes das 17h deste segunda-feira (12) e disse que deve ser suspensa a reunião inaugural da CPI dos Transportes, marcada para a manhã desta terça (13). Ele disse ainda que os quatro membros da CPI que não assinaram a favor da comissão, Professor Uóston (PMDB), Jorginho da SOS (PMDB), Chiquinho Brazão (PMDB) e Renato Moura (PSC), não participaram da reunião para discutir as reinvidacações de manifestantes, que desde sexta-feira (9) ocupam a casa.

"Talvez eles não tenham vindo por algum problema de segurança pessoal", ironizou Cesar Maia, antes de ser cercado por manifestantes na Cinelânda, ser insultado e ter seu carro cuspido.

Para sacramentar a suspensão da reunião, falta o presidente Jorge Felipp (PMDB) falar com os quatro parlamentares que faltaram.

"Se isso não acontecer, continuaremos no impasse. E talvez seja isso o que eles querem", disse Eliomar Coelho (PSOL), autor do requerimento. O parlamentar disse ainda que não abre mão da representação popular nas reuniões da CPI. "Tudo tem que estar transparente e claro. Não vamos abrir mão disso."

Após duas horas de reunião entre os vereadores, por volta das 16h os nove manifestantes que se mantiveram no local foram chamados para uma nova conversa. Segundo o vereador João Ricardo (PSDC), os dois lados estão flexíveis.

"Vai haver mudanças e vocês vão gostar", disse ele à imprensa, do lado de fora da Câmara.

Por volta das 15h30, as barracas que estavam armadas em frente à casa, na Cinelândia, começaram a ser retiradas pelos manifestantes. Um protesto está marcado para começar na Candelária e seguir até a Câmara Municipal, no início da noite desta segunda.

Pela manhã, os manifestantes divulgaram uma lista com suas reivindicações, com as seguintes propostas:

"1 - Anulação da instalação da CPI dos Ônibus;

2 - Renúncia dos seguintes parlamentares membros da comissão: Chiquinho Brazão, Jorginho do SOS, Professor Uóston e Renato Moura;
3 - Participação da CPI dos Ônibus exclusiva para os vereadores que assinaram a instalação da comissão;

4 - Que o presidente da CPI seja o vereador proponente, no caso, Eliomar Coelho (PSol);

5 - Que todas as reuniões sejam programadas e divulgadas com antecedência;

6 - Criação de uma Comissão Popular Parlamentar;

7 - Reforma do regimento interno da Câmara para que seja legitimado o protesto e sejam respeitados os direitos humanos fundamentais;

8 - Anistia dos presos políticos que foram processados criminalmente nos atos de protesto;

9 - Que a desocupação da Câmara Municipal ocorra respeitando a integridade física e jurídica dos manifestantes".

Segundo os manifestantes, a votação para a composição da CPI dos Ônibus tem que acontecer de forma legítima, com acesso da população. Eles dizem que a votação de sexta-feira foi feita às pressas e desrespeitou o caráter público-democrático. Eles pedem que anova votação do presidente e do relator seja realizada no plenário, respeitando a limitação do espaço. eles pedem ainda que telões sejam disponibilizados na praça para que o público tenha maior acesso

O prédio da Câmara Municipal do Rio permanece ocupado por um grupo de 12 manifestantes. Barracas foram montadas na frente a escadaria da Câmara, na Cinelândia, no Centro da cidade.O protesto começou na sexta-feira (9), com jovens invadindo plenário e exigindo mudanças na composição da CPI dos Ônibus. Chiquinho Brazão (PMDB), Jorginho do SOS (PMDB), Professor Uóston (PMDB) e Renato Moura (PTC) não assinaram o requerimento para a criação da comissão. Em uma sessão tumultuada na sexta, Brazão e Professor Uóston foram eleitos presidente e relator da CPI, respectivamente.

Na madrugada de domingo (11), um grupo de 40 ativistas deixou o prédio. Eles saíram gritando palavras de ordem. Segundo a Polícia Militar até o fim da tarde de domingo, apenas 12 pessoas continuavam no interior do prédio. À tarde, o número caiu para nove.

No sábado (10), seis vereadores, entre eles o presidente da Câmara, Jorge Felippe, se reuniram com os manifestantes e receberam uma lista com reivindicações.

À saída da reunião, o único a falar foi o vereador Jefferson Moura, do PSOL. Segundo ele, o impasse criado com a eleição do presidente e do relator da CPI tem uma saída política.

“Há possibilidade de renúncia, há possibilidade de recomposição. Essa reunião já foi fruto da pressão da opinião pública do Rio de Janeiro. Então, tudo é possível nesse momento”, disse o vereador.
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