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Máfia de caça-níqueis do Rio agia com violência para coagir vítimas

G1

 As vítimas de cobranças feitas pela quadrilha da máfia de caça-níqueis sofriam tortura, de acordo com o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, promotor Décio Alonso. Na manhã desta quarta-feira (21), a operação Perigo Selvagem prendeu 18 pessoas ligadas à máfia, entre elas policiais militares e agente penitenciário.

"O cara que não dava o pagamento, era amarrado, sequestrado e colocado para dar uma volta de carro para passar por sufoco e susto, de forma que pagasse o valor devido", explicou o promotor. Ainda segundo o Ministério Público do Rio, as pessoas que não podiam pagar a dívida eram obrigadas a assinar uma nota promissória.
Operação
Dezoito pessoas foram presas até as 10h30 desta quarta na operação que visa cumprir 26 mandados de prisão preventiva contra pessoas envolvidas em um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis, entre elas, policiais militares.

A operação, realizada pelo Gaeco e Polícia Militar, cinco PMs, prendeu quatro ex-policiais militares, um agente penitenciário, além de outras oito pessoas.

O tenente coronel preso, identificado como Marcelo, era o responsável pela segurança da quadrilha e também buscava policiais militares para trabalhar na segurança da quadrilha. Há informações também de um desvio de R$ 700 mil na quadrilha.

As denúncias são relacionadas a crimes de formação de quadrilha armada e corrupção ativa e passiva. A operação conta também com 76 mandados de busca e apreensão. Os acusados atuavam em Bangu, Realengo e Campo Grande, além de outros bairros da Zona Oeste do Rio e Marechal Hermes, no Subúrbio.
A investigação começou há um ano e foi usado monitoramento ambiental, de escutas telefônicas, emails, entre outras. Segundo o MP, as pessoas que não podiam pagar a dívida, eram obrigadas a assinar uma nota promissória.

De acordo com o promotor Décio Alonso, um tenente-coronel e capitão da PM davam proteção à quadrilha de contraventores do jogo do bicho. “Eles já foram denunciados tanto na Vara Criminal de Bangu quanto na Auditoria da Justiça Militar Estadual”, afirmou o promotor.

A quadrilha utilizava as instalações da empresa Ivegê, em Bangu, de propriedade do contraventor Fernando Iggnácio, como quartel-general da quadrilha.
Segundo o comandante geral da PM, José Luís Castro, foram apreeendidos 600 máquinas caça níqueis, 500 monitores, 58 veículos, R$ 300 mil e foram cumpridos 78% dos mandados.
Todos são acusados de fazer parte do esquema de segurança de Fernando Iggnácio. A casa do contraventor, em São Conrado, Zona Sul da cidade, estava cercada por policiais por volta das 7h50 desta quarta.

A operação conta com cerca de 400 homens do MP e da Polícia Militar, com o apoio de cerca de cem viaturas e dois helicópteros.
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