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Notícias / Brasil

PR: confusão na Câmara de Curitiba termina com presos e um guarda ferido

Terra

  Uma grande confusão movimentou a Câmara Municipal de Curitiba (PR) no início da tarde desta quinta-feira. Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) teriam tentado entrar na Casa para protestar e foram impedidos por guardas municipais. Quatro pessoas foram detidas por agressão e encaminhadas para o 1º Distrito Policial, no centro da cidade. Um guarda municipal teria ficado ferido na confusão depois de um soco no rosto.

Os integrantes do Movimento Passe Livre fizeram uma manifestação no final da manhã na Boca Maldita, no centro de Curitiba. O grupo é contra o uso de recursos públicos que poderiam servir outras áreas essenciais para dar equilíbrio ao sistema de transporte. Os integrantes ainda reivindicam o passe livre para estudantes. Após a manifestação no centro, os participantes se dirigiram para a Câmara.

Um seminário sobre novas formas de financiamento do transporte coletivo estava programado para a tarde de hoje na Câmara Municipal. Além disto, vereadores conduzem uma CPI sobre o transporte coletivo da cidade.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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