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206 médicos cubanos desembarcam no Brasil neste sábado

G1

 Duzentos e seis médicos cubanos desembarcam neste sábado (24) no Brasil. Eles vão atuar na primeira etapa do programa Mais Médicos, por meio de acordo entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O programa que tem o objetivo de suprir a carência de profissionais nas periferias e interior do país é criticado por entidades que representam a classe médica no Brasil e por procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT). A Associação Médica Brasileira (AMB) entrou com nova ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23) para pedir a suspensão da medida provisória que criou o Mais Médicos.

Os médicos saíram de Havana, capital de Cuba, em um voo fretado e fizeram escala no Aeroporto Internacional Gilberto Freire, em Recife. Por volta das 18h, eles desembarcam no Aeroporto Internacional Kubitschek, em Brasília. Neste domingo (25), o restante do grupo, 194 médicos, desembarcam em Fortaleza, Recife e Salvador.

Os 400 médicos vão participar, ao longo de três semanas, de curso de avaliação sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa ao lado dos demais médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior

Após aprovação no curso, em 16 de setembro, os médicos cubanos serão encaminhados para atender a população em 701 municípios, a maioria no Nordeste e Norte do país, que não foram selecionados por nenhum médico brasileiro ou estrangeiro na primeira etapa de inscrições do Mais Médicos e têm baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Segundo o Ministério da Saúde, as cidades, com 11 milhões de pessoas no total, têm índice de mortalidade infantil 1,5 vezes maior que a média nacional.

Os cubanos, assim como os demais estrangeiros, terão autorização especial para trabalhar exclusivamente dedicados à atenção básica de saúde por três anos.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 86% dos médicos cubanos já participaram de missões internacionais sendo que 42% deles já atuaram em pelo menos dois países dos 58 com que Cuba estabeleceu parcerias. Ainda de acordo com o ministério, 84% dos médicos que vêm ao país, 84% têm mais de 16 anos de experiência em medicina.

Padilha afirmou que as pessoas que questionam o convênio para trazer médicos cubanos ao país devem "pensar" nos milhões de brasileiros que serão atendidos por esses médicos.

"Peço que as pessoas que falam isso pensem nos mais de 700 municipios que não têm nenhum médico, pensem nos milhões de brasileiros que serão atendidos por esse profissional médico. Pensem nas milhares de pessoas do mundo inteiro que já foram atendidos por profissionais como esse. Acho que tem que pensar nisso em primeiro lugar. O Ministério da Saúde coloca em primeiro lugar isso: atender à população que não tem médico no seu município", disse.

Para trazer 4 mil médicos cubanos até o final do ano, o governo brasileiro vai pagar, até fevereiro de 2014, R$ 511 milhões à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que repassará o dinheiro ao governo de Cuba. No caso de outros médicos estrangeiros (e dos brasileiros), o pagamento da remuneração de R$ 10 mil mensais será feito pelo governo federal diretamente aos médicos. A suspeita é de que os cubanos receberão uma remuneração menor que os demais médicos porque parte dos recursos seriam retidos pelo governo cubano.

Médicos de outras nacionalidades
Nesta sexta-feira, chegaram os primeiros médicos estrangeiros selecionados no Mais Médicos. Ao longo de todo o final de semana, 244 médicos devem desembarcar no país.
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