Após o desabamento de uma obra que estava embargada pela prefeitura na avenida Mateo Bei, em São Mateus, zona leste de São Paulo, na terça-feira, deixando 10 mortos e 26 feridos, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira que disponibilizará pela internet e no Diário Oficial informações sobre obras irregulares na cidade.

“Quanto mais informações estiverem acessíveis, mais fácil será a fiscalização, não somente do agente vistor, mas da sociedade, do Ministério Público e da própria Polícia Civil”, disse o petista durante visita à Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo.

Segundo Haddad, a intenção é repetir com as obras o que já é feito com os alvarás de funcionamento dos locais de reunião, que estão disponíveis no site da prefeitura. “Vocês ficam sabendo das obras aprovadas, mas as obras embargadas, por exemplo, cada subprefeitura tem seu arquivo (de controle), mas não há um expediente de divulgação”, disse.

Segundo a prefeitura de São Paulo, a cidade tem atualmente entre 600 e 700 agentes vistores nas subprefeituras.


"O processo deixa claro que o agente vistor não apenas tinha constatado a irregularidade, como também disse que ele ia levar ao conhecimento das autoridades competentes", disse Haddad na quarta-feira. "Ele não comunicou quem ele disse que comunicaria. Pode ser que ele tenha o documento, mas não consta no processo. Se ele fez, esse documento não é do nosso conhecimento."

Em nota divulgada na quarta-feira, a prefeitura informou que investigaria o "motivo da não realização de um boletim de ocorrência registrando o embargo de março (relativo à pendência documental)", mas negou qualquer omissão.