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Brasil avalia posição dos EUA, mas deve repudiar ataque unilateral à Síria

EFE

 O Ministério de Relações Exteriores do Brasil afirmou na tarde deste sábado que o chanceler Luiz Alberto Figueiredo já está a par do anúncio feito pelo presidente americano, Barack Obama, de que aguarda apenas a aprovação do Congresso dos Estados Unidos para dar início a uma ação militar contra a Síria. Apesar de ainda não ter se pronunciado oficialmente sobre o assunto, interlocutores do Itamaraty indicam que o Brasil manterá a tradicional postura de condenar ataques unilaterais, sem autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O ministro ainda avalia a situação, segundo fontes do Itamaraty, e uma nota deve ser divulgada em breve com o posicionamento do País em relação à fala de Obama. Apesar da cautela, o governo brasileiro reitera o repúdio ao uso de armas químicas, seja por parte das forças armadas sírias ou da oposição a Bashar al-Assad.

Obama aguarda 'sinal verde' do Congresso
Em aguardado discurso no Jardim da Casa Branca, o presidente americano, Barrack Obama, afirmou na tarde deste sábado que os Estados Unidos devem promover uma ação militar contra a Síria, mas admitiu o país irá buscar, antes, a aprovação do Congresso. Em tom belicista, o democrata citou as vítimas do suposto ataque com armas químicas que teria sido levado a cabo pelo governo sírio para justificar a decisão americana e acusou Bashar al-Assad, a quem chamou de ditador, de ser responsável pelo "pior ataque com armas químicas do século" no último dia 21, na periferia de Damasco, que segundo a Casa Branca deixou mais de 1,4 mil mortos.

Obama afirmou que vai pedir autorização do Congresso, apesar de dispor de amplos poderes legais para tomar uma ação militar - atitude que defendeu no discurso de hoje. Ele já havia deixado claro que acredita que os Estados Unidos devem fazer algo para responsabilizar o governo sírio pelo ataque, porém legisladores expressaram reservas sobre o custo e o impacto dos potenciais ataques, e o presidente afirmou o apoio é importante para a democracia americana. A intervenção defendida pelo presidente americano ocorre porque o uso de armas químicas "representa um perigo à segurança nacional" e é "um assalto à dignidade humana", nas palavras de Obama.

"Vou pedir autorização para o uso da força aos representantes da população americana no Congresso. Teremos debate e votação quando o Congresso retornar ao trabalho", disse o presidente americano em um pronunciamento no Jardim da Casa Branca acompanhado do vice-presidente, Joe Biden. "Estamos preparados para atacar quando quisermos", disse o democrata.
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