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Operação da PM desmonta rádios irregulares na região do aeroporto de Guarulhos

R7

  Uma operação do COE (Comandos de Operações Especiais) da Polícia Militar fechou ao menos oito rádios piratas localizadas em um morro na região de Mairiporã, próximas ao aeroporto de Guarulhos, na manhã desta quarta-feira (4). No entanto, de acordo com um representante da Anatel, que também participou da ação, a estimativa é que o número de rádios desmanchadas chegue a 12.

Segundo o capitão da operação, Iron Sergio Ferreira Silva, a região é conhecida por abrigar rádios piratas por causa da localização. A altitude elevada e o posicionamento do morro favorecem o sinal e o alcance das rádios — com sedes normalmente na zona leste e em Suzano — e, ao mesmo tempo, dificultam o trabalho da polícia. Em meio ao mato, as antenas, transmissores e fios ficam camuflados e a localização dos equipamentos é dificultada. Outra preocupação da polícia é com a proximidade do aeroporto.

— Por serem clandestinas, [as rádios] atrapalham no controle de voos que vem para Cumbica. Isso pode ocasionar um acidente. O nosso maior desafio é desmantelar as rádios piratas para que o controlador da torre de Cumbica tenha tranquilidade em controlar os aviões.

Na região também há antenas regulares, como as de táxis. De acordo com o representante da Anatel, tanto as rádios regulares quanto as irregulares podem interferir no sinal da torre de comando do aeroporto. A diferença é que a Anatel tem os contatos e sabe quem é responsável pela rádio regularizada. Dessa forma, eles podem entrar em contato e pedir a modificação da frequência.

Operação

Os transmissores localizados nesta manhã, segundo Silva, custam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil e a estimativa da polícia é que a região possua de 30 a 34 rádios piratas. Além da apreensão dos equipamentos, a polícia deteve duas pessoas que seriam “anteneiros”, responsáveis por vigiar a região e garantir que nenhum transmissor e antena sejam roubados, assim como avisar caso a polícia chegue à região. De acordo com o capitão, um dos anteneiros informou que recebe R$ 50,00 por dia para fazer a vigília.

As rádios piratas — em sua maioria evangélicas, de pais de santo e com foco em venda de remédios, alguns irregulares — têm como principal público os moradores da zona leste, mas podem ser sintonizadas no centro de São Paulo e a até mesmo em Mogi das Cruzes. O que sustenta a operação delas, segundo Silva, é a publicidade.

—O que financia isso são as propagandas. Milhares de pessoas que ligam. Isso gera dinheiro e eles compram os equipamentos novamente.

De acordo com Silva, essa é uma ação preventiva principalmente por causa da aproximação da Copa do Mundo, quando os aeroportos vão ficar mais movimentados. Além disso, os fios das rádios roubam energia do poste para fazer os equipamentos funcionarem no meio do morro e isso coloca em risco a mata e pode ocasionar um incêndio. A última ação realizada pelo COE, no dia 16 de agosto, desligou 20 rádios piratas no local. Ao todo, foram apreendidos R$ 300 mil em equipamentos.
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