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SP: família de Toninho do PT vai denunciar governo por omissão na OEA

Terra

 A família do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado em setembro de 2001, anunciou que irá denunciar o governo brasileiro à Organização dos Estados Americanos (OEA) por omissão na investigação do caso. A decisão ocorre após o Ministério da Justiça ter negado, na última sexta-feira, pedido da defesa dos familiares do prefeito de entrada da Polícia Federal na apuração do crime.

Segundo o advogado da família de Toninho, William Ceschi, a Polícia Civil não possui estrutura para investigar o caso e uma participação da Polícia Federal seria necessária para que o crime fosse de fato apurado. “(Desde que foi reaberto, em 2010) o caso está parado, não anda. Foram ouvidas poucas pessoas, feitas poucas diligências. (...) A própria polícia (Civil) já afirmou que não tem estrutura”, disse Ceschi.

O pedido de federalização do caso foi feito em 2010, logo após a reabertura da investigação do crime, depois que a denúncia contra Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, foi negada.

Em 2012, a PF, porém, negou o pedido e afirmou que a Polícia Civil de São Paulo possui competência e estrutura para apurar o caso, o que é contestado pela defesa da família de Toninho.

No mesmo ano, a polícia paulista formou uma força-tarefa para a investigação, o que não fez com que a apuração da morte do prefeito avançasse, de acordo com Ceschi.

Com a negativa da PF, a defesa da família recorreu ao Ministério da Justiça, em 2012, solicitando parecer do ministro Eduardo Cardozo para que o caso fosse federalizado.

Com a negativa, entregue na sexta-feira (6), a família do prefeito considera que se esgotaram todas as possibilidades no âmbito nacional para que o caso seja apurado e, por isso, até o final de setembro, uma denúncia à OEA será feita. A família já havia apresentado essa possibilidade em 2011, mas não a colocou em prática justamente por considerar não ter esgotado os pedidos nas instâncias no Brasil.

Mesmo que a denúncia seja aceita, porém, a OEA não pode obrigar o Brasil a colocar a Polícia Federal no caso, como deseja a família.

Política
Para Ceschi, que considera a investigação do caso “parada”, a apuração da morte de Toninho enfrenta problemas que “fogem do critério técnico e esbarram na política”.

“Ele incomodou muita gente, comandou a CPI do Narcotráfico em 1999, foi contra interesse de construtoras, contra interesse de especuladores imobiliários. (...) Mesmo assim, o Ministério Público se nega a investigar a possibilidade de mando político”, protestou o advogado.

Denúncia do Ministério Público apontou a quadrilha de Andinho como autora dos disparos. O grupo estaria em fuga, após um sequestro cometido minutos antes, e disparou contra o carro do prefeito porque ele teria atrapalhado o percurso. Os denunciados não saberiam que no veículo estava Toninho.

Procurado pelo Terra, o Ministério da Justiça não se posicionou sobre a denúncia apresentada pela família de Toninho até o momento da publicação desta matéria.
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