Em audiência na CPI aberta no Senado para investigar denúncias sobre a espionagem eletrônica dos Estados Unidos no Brasil, a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse nesta terça-feira (17) que o banco de dados da agência contém informações que podem ser adquiridas por qualquer cidadão, empresa ou instituto de pesquisa, embora não sejam disponibilizadas na internet.

Magda foi convidada para a primeira audiência da CPI da Espionagem, instalada após a revelação, pelo Fantástico, de documentos da Agência Nacional de Segurança que mostravam a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras entre os alvos da inteligência americana. A espionagem seria realizada por interceptação de mensagens, e-mails e telefonemas.
Os senadores questionaram Chambriard sobre uma possível coleta ilícita de informações que pudesse beneficiar interessados do Campo de Libra (um dos maiores da camada do pré-sal), cujo leilão está previsto para outubro.
Os dados estão absolutamente disponíveis com igualdade de acesso a todas as empresas"
Magda Chambriard,

diretora da Agência Nacional do Petróleo
"O que nós armazenamos e que não está conectado à internet são dados brutos, que só podem ser interpretados por quem tem expertise. [...] Os dados estão absolutamente disponíveis com igualdade de acesso a todas as empresas", disse Magda.
De acordo com Magda, o banco de informações inclui, por exemplo, dados técnicos armazenados, testes e perfis de poços de petróleo, levantamentos terrestres, dados sísmicos e relativos a amostras coletadas nas bacias sedimentares terrestres e marítimas.
"São dados brutos e processados, armazenados sem interpretação", diz Magda. "O dado sigiloso é a interpretação das empresas, e com isso nós não trabalhamos", completou.
Segundo a diretora, os dados da União podem ser comprados por empresas por preço "relativamente acessível" e parte das informações pode ser acessada para fim de pesquisa de instituições de ensino.