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Grupo coloca cruzes brancas em frente à Câmara de Bauru em protesto

Terra

 A escadaria da Câmara de Vereadores de Bauru, no interior de São Paulo, amanheceu coberta por 600 cruzes brancas, além de 600 velas da mesma cor. A iniciativa é da subsede regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que protesta contra a crise enfrentada pelo setor de saúde do município. Desde março de 2009, 587 pessoas morreram só no Pronto Socorro Central do município à espera de leitos de internação em hospitais. São pacientes que ficaram alguns dias ou até semanas na fila de espera e não resistiram. As cruzes simbolizam as vítimas.

Os manifestantes espalharam as cruzes por volta das 5h desta segunda-feira. Além disso, eles se fantasiaram de “morte” e usaram foices e tridentes para chamar a atenção de quem passava pelo local. Um caixão também foi colocado na calçada. Motoristas e pedestres eram abordados e recebiam panfletos com informações sobre o protesto.

Diante da crise que se estabeleceu no setor, no dia 8 de agosto o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), decretou estado de calamidade pública na saúde do município. Segundo a prefeitura, as dificuldades enfrentadas com a pequena disponibilidade de vagas para internação nos hospitais mantidos pelo governo do Estado em Bauru acaba sobrecarregando as unidades de pronto atendimento e de pronto socorro da rede municipal.

De acordo com o coordenador regional da CUT, Francisco Wagner Monteiro, o local escolhido para o protesto foi a Câmara porque na sessão desta segunda-feira os 17 vereadores da cidade devem votar o plano plurianual de verbas para a saúde. “Queremos que os vereadores participem ativamente, que se interessem pelo assunto. Precisamos de mais verbas para a saúde. Não adianta o Sistema Único de Saúde liberar verbas se elas não chegam aqui. E elas não têm sido suficientes”, disse.

Na semana passada, a pedido do Ministério Público, a juíza Regina Aparecida Caro Gonçalves, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Bauru, determinou o bloqueio de R$ 200 mil de contas do Estado de São Paulo para custear a internação de pacientes que não conseguissem vagas em um dos hospitais públicos de Bauru em leitos privados, ao longo dos próximos seis meses. O pedido inicial do MP era de R$ 2 milhões. Cabe recurso à administração paulista.
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