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Maioria PSD na Assembleia da Madeira dependente de um deputado

publico.pt

O ex-líder da JSD na Madeira, José Pedro Pereira, anunciou esta quinta-feira que requereu o estatuto de deputado independente na Assembleia Legislativa da Madeira, deixando o partido numa situação frágil no parlamento.

“Não posso continuar a compactuar com um partido político que é dominado por vaidades de uns e por interesses de outros”, justificou Pereira numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas, feita num hotel em frente da sede do PSD.

O deputado agora independente entende que a união do PSD, “necessária para repensar o futuro da Madeira, não é possível. Porque uns à custa de outros encheram a sua barriga promovendo uma política de mediocridade, ignorância e incompetência com um único fim: o de manter o seu poder dentro do partido e com isso garantir a continuidade das suas negociatas e a sua ambição de destruir um partido que ao fim destes 30 anos deveria ser maduro, autónomo e capaz”.

A desejada união do PSD também “não é possível porque alguns conhecidos cavalheiros só pensam no seu bem próprio”, denunciou.

Sobre os resultados das autárquicas de 29 de Setembro, José Pedro Pereira frisou que o PSD-Madeira sofreu “uma derrota eleitoral expressiva, resultante da vontade soberana de um povo”. Contudo, lamentou, “alguns, em vez de procurarem encontrar os motivos desta derrota, tentaram transformá-la numa vitória".

Com a passagem deste seu deputado a independente, a maioria absoluta do PSD, que tinha 25 deputados contra 22 da oposição, passa a ficar dependente de um único deputado. Caso algum dos seus actuais 24 elementos não acompanhe o voto da sua bancada ou esteja ausente no momento da votação, poderá ver chumbada alguma iniciativa ou ajudar a fazer passar alguma de outros grupos parlamentares, se Pereira votar em sentido contrário ao dos sociais-democratas.

Ex-líder expulso da JSD
A decisão que implica a expulsão do deputado de militante do PSD foi tomada na sequência de uma queixa apresentada pelo secretário-geral da JSD, Bruno Coimbra, em que é enumerado um conjunto de episódios protagonizados por José Pedro Pereira divulgados na comunicação social - notícias que servem de prova documental no processo. Entre outro casos está o facto de o deputado regional ter afirmado "que não acataria as ordens do presidente da comissão política regional da JSD Madeira, Rómulo Coelho", seu sucessor, e de ter "publicamente" injuriado o líder da JS na Madeira, chamando-lhe 'burrito' e 'débil mental'".

A queixa da JSD recorda ainda outras situações para justificar a expulsão do militante, nomeadamente a que data de Outubro do ano passado em que José Pedro Pereira terá lançado "um artefacto pirotécnico junto a um elemento do PND". O episódio em que o então líder da JSD foi "acusado por testemunhas de ter urinado num carro da Polícia de Segurança Pública (PSP)", bem como a sua identificação por parte da PSP "por destruição de propagada política de partidos da oposição" foram objecto da participação que levou à sua expulsão.

Na declaração proferida esta quinta-feira para anunciar a passagem a deputado independente, Pereira disse que foi “atacado das mais diversas formas, nunca no desempenhar de funções políticas, mas sim por supostas atitudes pessoais que imputaram à minha pessoa e onde nas devidas instâncias foi reiterada inocência”. Por outro lado, acrescentou, “outros que se autoproclamam santos ou virgens ofendidas foram pronunciados e encontram-se sob investigação judicial”.

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