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Notícias / Agronegócios

Pesquisador alerta sobre incidência de doenças na próxima safra de soja

Da Assessoria/ Fundação Mato Grosso

Produtor rural que não quer ter prejuízos ocasionados por doenças da sojicultura tem de fazer todos os cuidados antes, durante e após a safra. Quem faz o alerta é José Tadashi Yorinori, fitopatologista e consultor da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT.

Para este período, Tadashi recomenda o que ele chama de “seguro barato”: fazer tratamento de semente. De acordo com o pesquisador, esta é uma técnica que pode ajudar no controle de doenças e até em um possível não aparecimento de determinadas enfermidades da soja. Além disso, Tadashi indica o manejo do solo.

“Para a safra 2009/2010, produtor tem de voltar a caprichar no tratamento de sementes. E um mau manejo do solo pode favorecer doenças na lavoura”. O solo, segundo Tadashi deve ser bem manejado, física e quimicamente. O cultivo de entressafra para ter cobertura de palha e plantio direto, a rotação de cultura e o não uso de soja precoce no cedo, em solos com menos de 15% de argila são outras recomendações do pesquisador.

“O que não foi feito na safra passada e que necessita da atenção do produtor é o melhor manejo físico (descompactação) e químico (correção da acidez) do solo para que a soja possa desenvolver um sistema radicular profundo, para sofrer menos impacto dos períodos de pouca chuva pelas variedades precoces semeadas mais cedo”.

Tadashi destaca que mesmo que a safra 2008/09 foi mais “tranqüila” quanto à ferrugem asiática, produtor rural não pode descansar. A ferrugem deverá continuar sendo monitorada, iniciando com o cumprimento do vazio sanitário (proibição de plantio na entresafra) que está em vigor desde o dia 1º de junho e vai até 15 de setembro.

"Não altera em nada as recomendações que já são feitas para o controle da ferrugem: produtor deve eliminar as plantas guaxas, realizar o monitoramento continuo da lavoura, acompanhar as notícias sobre a ocorrência da doença no Brasil, através do site consorcioantiferrugem.net; adquirir os fungicidas seguindo as orientações da Fundação MT”, lembra Tadashi.

Nematoides é outra doença que deve ser monitorada pelos produtores. Para conseguir ter o controle desta doença, Tadashi recomenda o mapeamento da distribuição geográfica e da importância econômica das diversas espécies de nematoides, principalmente do nematoide de cisto. “No caso do nematoide de cisto, a identificação das raças e a demarcação das áreas de ocorrência são fundamentais. O mapeamento anual da distribuição geográfica permitirá direcionar as recomendações para cada situação”.

Mela Seca e Choque térmico - Dois problemas chamaram atenção em duas regiões mato-grossenses (Lucas do Rio Verde e Sorriso): a mela seca e o choque térmico. A "mela seca" é, de acordo com José Tadashi, a murcha e seca das folhas da soja causada por falta de umidade no solo, onde a raiz da soja está confinada. “A única maneira de reduzir esse problema na próxima safra seria fazer um bom "perfil do solo", isto é, fazer um bom preparo físico e químico do solo à profundidade de 25 a 30 centímetros de profundidade. Além disso, é fundamental fazer o plantio direto com boa cobertura de palha e evitar o plantio de variedades precoces no cedo, em solos mais arenosos”.

E o choque térmico é, conforme o pesquisador, a morte prematura dos grãos da soja antes da maturação fisiológica (ponto de acúmulo máximo de matéria seca, a partir do qual o grão/semente perde excesso de umidade, até atingir o ponto de colheita). O "choque térmico" é causado por altas temperaturas (acima de 35 graus) e estresse hídrico na fase final de enchimento das vagens. A redução do rendimento de uma lavoura afetada pode chegar de 30% a 40%. “Para evitar possível reincidência do "choque térmico", após identificar a cultivar que apresenta esse defeito, deve-se substituí-la por outra ou reduzir a área de plantio”.

Evento – Avaliação das doenças e os danos causados por elas nas lavouras de soja em Mato Grosso e recomendações para o controle na próxima safra estão sendo apresentadas por José Tadashi no Fundação MT em Campo: É Hora de Plantar Soja 2009. Produtores rurais de norte a sul do estado estão recebendo informações que o ajudarão a planejar a safra 2009/2010. O evento acontece na manhã desta quinta-feira (2) em Nova Mutum e de noite em Lucas do Rio Verde. O ciclo de palestras será realizado sexta-feira (3) de manhã em Sinop e de noite em Sorriso.

Mais informações no www.fundacaomt.com.br
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