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Pesquisador testa ressonância para melhorar a qualidade dos alimentos

G1

Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em São Carlos (SP), realizada pelo bioquímico Luiz Alberto Colnago, mostrou que a tecnologia de ressonância magnética comumente utilizada para o diagnóstico de diversos tipos de traumas e doenças é eficaz para identificar e melhorar a qualidade dos alimentos para população, além das vendas para consumidores.

Com base em estudos, Colnago criou um equipamento que permite analisar de forma contínua, semelhante a uma esteira, a qualidade de uma grande quantidade de produtos ao mesmo tempo. "A tecnologia informa se uma fruta está doce ou azeda por meio da medição da quantidade de açúcar. Ela também é aplicada no leite e no azeite para saber se estão adulterados. Além disso, o equipamento pode ser ajustado para avaliar o teor de álcool no vinho ou o de gordura em sementes de amendoim, carnes e embutidos", explicou.

As verificações dos alimentos por meio da máquina de ressonância magnética ocorrem de forma rápida, sem destruir ou estragar os produtos. Para o pesquisador, essa tecnologia tende a evitar o desperdício. “Muitas vezes o que faz um mamão estar sem açúcar é ter sido colhido antes da hora. Então como o consumidor poderá verificar por meio do equipamento a qualidade do que vai ingerir, reforça o produtor colher a fruta no tempo exato, assim evitando o desperdício do consumidor comprar um alimento, não gostar e gostar no lixo”, relatou.

Limitação
O produto funciona em alimentos embalados com vidro ou sacos plásticos, onde pode ser verificado o estado de fermentação do leite, se foi recém colhido, prever quando vai entregar e até mesmo o sistema de higienização. Porém, a limitação da tecnologia são os pacotes metálicos, latas e embalagens tetra pak, que impedem a leitura do conteúdo do alimento.

"A onda de rádio da ressonância não consegue penetrar nesse tipo de embalagem. Como estamos em fase de testes e o equipamento é um protótipo ele tem muito que melhorar, então eu e outros pesquisadores vamos trabalhar para ultrapassar todas as barreiras”, disse o pesquisador.

Aplicação no mercado
Para garantir a qualidade do produto ao consumidor, a tecnologia poderá ser usada da mesma forma que se utilizam balanças para verificar o peso. Além disso, o objetivo é chegar em um centro de distribuição de frutas, por exemplo, onde o atacadista vai poder selecionar o produto e analisar qual é a mais consumida e assim obter mais lucros com as vendas especializadas.

Prática
Parte da invenção do equipamento foi patenteada por uma empresa argentina, parceira da Embrapa. "A estimativa é que em até dois anos a tecnologia esteja disponível em supermercados, com o preço médio para ser comercializado de R$ 50 mil. A máquina vai evitar que produtos falsificados ou sem qualidade sejam comercializados, diminuindo os prejuízos", contou.
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