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Em vídeo, Instituto Royal diz que manterá pesquisas com animais

Terra

 Após reativar seu site oficial, o Instituto Royal divulgou nesta quarta-feira um vídeo para rebater as acusações dos ativistas que invadiram o centro de pesquisas na última sexta-feira, levando 178 cães da raça beagle que supostamente sofreriam maus-tratos. No vídeo, a gerente-geral do instituto, Silvia Ortiz, garante que o uso de animais seguia rígidos padrões éticos e tinha como propósito "salvar vidas humanas". Ao final do pronunciamento, Silvia garantiu que o Instituto Royal prosseguirá com as pesquisas, mas pediu o apoio da sociedade.

"Nós persistiremos, pela fé que temos na relevância das pesquisas fazemos. Mas precisamos que a sociedade compreenda essa importância, e que nos ajude a continuar trabalhando pelo bem estar de todos", declarou a gerente-geral do Instituto Royal.

Segundo Silvia, o Instituto Royal funciona desde 2007 em São Roque, no interior de São Paulo, e trabalha no desenvolvimento de testes pré-clínicos para medicamentos destinados ao tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e epilepsia, entre outros. A gerente-geral rechaçou as alegações dos manifestantes, negando que as pesquisas seriam destinadas ao uso de cosméticos.

"O Instituto Royal é um dos cinco centros de referência no País de pesquisas pré-clínicas de medicamentos. Nosso trabalho é salvar vidas humanas. Nós não fazemos testes de cosméticos em animais. Este tipo de teste é feito apenas pelo método in-vitro, ou seja, dentro de equipamentos de laboratório, sem animais", garantiu.

A gerente do instituto afirmou ainda que os testes em animais são imprescindíveis para garantir a eficácia de medicamentos antes de expor vidas humanas em risco. "Assim como em qualquer outro país, essas pesquisas são feitas em animais antes que passem para a fase de pesquisa clínica, feitas em seres humanos. O objetivo é testar a segurança dos novos medicamentos, de forma que possam ser utilizados pelas pessoas como eu e você. Se algum dia você já tomou medicamento contra dor de cabeça, gripe ou pressão alta, pode ter certeza: você já foi beneficiado por pesquisas feitas previamente em animais", assegurou Silvia.

No instituto, segundo informações da gerente, eram utilizados em testes ratos, camundongos, coelhos e cães da raça beagle. "Esta raça é a mais indicada como modelo biológico padronizado para as pesquisas científicas, por conta do seu padrão genético e sua similaridade com a biologia humana", disse Silvia.

"Os invasores nos acusavam de maltratar os cães e justificaram isso com a depredação de nosso laboratório, e a retirada dos animais. Além disso, disseram que testávamos cosméticos e produtos de limpeza nos animais. Tudo isso é mentira", defendeu-se. "Somos certificados pelo Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal) e pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Em tempos recentes, órgãos como a Vigilância Sanitária, o Ministério Público e Zoonose de São Roque visitaram as nossas instalações e não encontraram nada de errado. Todos eles puderam constatar a limpeza e a organização de nossas instalações, bem como o carinho com que os nossos animais eram tratados", completou.

De acordo com a pesquisadora, os beagles do instituto "contavam com a assistência de nove veterinários, praticavam atividades recreativas e tinham uma alimentação saudável e regulada, que levava em consideração a característica de cada animal". "Além disso, quase todos os cães eram colocados para adoção após participarem das pesquisas, sem nenhum tipo de risco para as pessoas", disse.
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