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Jovem que matou marido após sexta agressão é ameaçada pela ex-sogra

EPTV

 A jovem de 22 anos que matou o marido com duas facadas, após ser agredida por ele pela sexta vez, em Ribeirão Preto (SP), está sendo ameaçada pela ex-sogra. A afirmação é do advogado da suspeita, Hamilton Pereira Junior, contando que a cliente recebeu uma ligação da mulher na última semana, culpando-a pela morte do filho.
O fato teria ocorrido na terça-feira (22), depois que a jovem teve o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça – ela estava presa desde a data do crime, na noite de 14 de outubro. Sem revelear detalhes sobre a conversa, Pereira Junior disse que registrou um boletim de ocorrência sobre o fato para proteger a cliente que, atualmente, mora na casa dos pais com a filha de 3 anos.

“Pode ter sido um telefonema isolado, talvez num momento de desespero, mas temos que protegê-la, principalmente porque ela passou cinco anos sendo torturada psicologicamente e fisicamente por esse rapaz. Ela e a filha estão sendo acompanhadas por psicólogos, não é fácil”, afirmou o advogado.

No dia seguinte ao crime, a jovem teria relatado à polícia que vivia com o homem há sete anos e há cinco passou a ser agredida constantemente por ele. Levantamento da Polícia Civil aponta que ela chegou a registrar cinco boletins contra o suposto agressor. "Ela tentou fugir dele, se escondia na casa dos pais dela, mas ele sempre aparecia dizendo que ia matá-la caso não voltasse para casa", afirmou Pereira Junior.
O crime

Na noite do crime, segundo a Polícia Civil, o marido teria chegado a casa onde a família morava, na Rua Aliados, por volta de 23h e tentou enforcar a mulher, que estava na cozinha. Para se defender, a jovem pegou uma faca que estava em cima da pia e acabou atingido o rapaz com dois golpes, um no peito e outro no abdômen.

Em seguida, a jovem se escondeu no banheiro da casa e ligou para a Polícia Militar pelo celular. O homem já estava morto no chão da cozinha. Segundo Pereira Junior, a vítima consumia drogas e bebidas alcoólicas com frequência. “Ele ameaçava ela e os pais dela, era um psicopata.”
A tese usada pela defesa é de legítima defesa. “Tudo favorece a absolvição dela, principalmente a cena do crime, porque ela chegou a ser agredida mais uma vez antes de praticar o ato. O exame de corpo de delito comprova a esganadura”, explicou o advogado.
O inquérito policial foi concluído e, de acordo com Pereira Junior, a Justiça deve ouvir as testemunhas do caso somente no início de 2014, quando a jovem poderá ser absolvida ou ir a júri popular pelo crime de homicídio.
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