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'Vou até o fim', afirma pai de menino morto após suposto erro médico

EPTV

 O pespontador Adilson Silveira de Jesus, de 48 anos, pai do menino morto na madrugada de quinta-feira (31) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Franca (SP), diz que vai recorrer à Justiça para responsabilizar o médico que supostamente deu um parecer errado sobre o estado de saúde do menino. Leandro Xavier Silveira, de 10 anos, foi diagnosticado com gases na tarde de quarta-feira (30), mas o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou apendicite e choque séptico como causa da morte. "Nós queremos Justiça. Vou até o fim, para esse médico não fazer com outra criança o mesmo que fez com meu filho", diz.

Silveira conta que na tarde de quarta-feira o filho reclamou de dores na barriga durante a consulta com o pediatra na UBS. "O médico deitou meu filho na maca e começou a apalpar a barriguinha dele. O Leandro falava: está doendo, está doendo. Mas o médico disse que eram gases. Ele então receitou os remédios para gases, para vômito e para dor. Inclusive está na receita. E mandou a gente embora. Disse para ele tomar os remédios que iria resolver o problema", afirma.

O pai do menino diz que Leandro chegou a se alimentar e que, após tomar os remédios, as dores teriam passado, mas no início da madrugada de quinta-feira Silveira ouviu o filho se queixando novamente. "Ele começou a gemer e me chamou. Quando cheguei ao quarto, ele disse: me leva no médico que a dor voltou, pai. Acho que o efeito do remédio para a dor tinha passado. Então o levei de volta à UBS. Saí daqui com ele quase sem vida. Fui o animando no caminho, chamando pelo nome dele. Mas chegou lá, não teve jeito. Os médicos à noite lá fizeram o que puderam para reanimar, mas não teve jeito", diz.

O pespontador diz que acompanhou todos os procedimentos de reanimação adotados pelos médicos, mas passou mal e foi retirado do consultório. Na tarde de quinta-feira, após receber o laudo do IML com a causa da morte do filho, Silveira ficou desesperado. "Estava tratando apendicite como se fossem gases. O médico tinha que ter dado um soro ao meu filho para aliviar. Tinha que fazer alguma coisa para ele. Não fizeram nada", afirma.
Para Silveira, houve negligência no primeiro atendimento à criança. "Acho que é um erro isso aí. Se é apendicite, vai passar remédio para tratar como gases? O primeiro médico sumiu."

O caso
A família do menino Leandro Xavier Silveira, de 10 anos, que morreu na madrugada desta quinta-feira na UBS 24 horas do Jardim Aeroporto, acusa os médicos que atenderam a criança de dois erros de diagnóstico. Segundo a madrasta, o menino foi diagnosticado primeiramente com gases e liberado. Em seguida, após ter o quadro agravado e de ter voltado à UBS, Leandro morreu, segundo os médicos, em decorrência de um estado de ‘desidratação gravíssimo’. No entanto, o laudo emitido horas depois pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta um quadro de apendicite seguido de choque séptico como causa da morte.
Em nota, a Prefeitura informou que as equipes da UBS e do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) prestaram o suporte necessário ao paciente e que um procedimento administrativo foi aberto para apurar o ocorrido. A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) vai investigar o caso.
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