Imprimir

Notícias / Ciência & Saúde

Empresa pagará US$ 2,2 bi nos EUA por promoção indevida de remédio

EFE

 A multinacional Johnson & Johnson e uma de suas subsidiárias chegaram nesta segunda-feira (4) a um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para pagar uma multa de mais de US$ 2,2 bilhões por promover três medicamentos para usos diferentes daqueles para os quais foram autorizados.

O acordo, um dos mais onerosos da história dos EUA contra uma empresa do setor de saúde e higiene por fraude, estabelece o pagamento de multas por conduta criminosa e violação do código civil. "A conduta (da J&J) põe em perigo a saúde e segurança dos pacientes e prejudica a confiança pública", disse em entrevista coletiva o procurador-geral dos EUA, Eric Holder.

O comportamento denunciado pelo Departamento de Justiça envolve dois remédios utilizados para o tratamento de esquizofrenia (Risperdal e Invega) e outro para problemas cardíacos (Natrecor), que em alguns casos foram promovidos para outros usos não aprovados pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).

O Risperdal, por exemplo, foi receitado entre 2002 e 2003 para casos de ansiedade, depressão e hostilidade, quando a FDA não tinha credenciado a validade nesses casos, algo que a filial da J&J, Janssen, omitia ou escondia entre suas recomendações.

Além disso, a J&J pagou entre 1990 e 2009 subornos a médicos para que receitassem e recomendassem seus remédios. No entanto, o Departamento de Justiça indicou que não tem informação que se tenha produzido um prejuízo irreversível aos pacientes pelo comportamento ilegal da J&J, embora o uso indevido de Risperdal possa provocar diabetes e sobrepeso.
"Esta resolução multimilionária demonstra o compromisso do Departamento de Justiça com a prevenção e a luta contra todo tipo de fraude sanitária", declarou Holder, que acusou a J&J de enriquecer-se às custas do povo americano.

Além disso, a empresa se compromete a participar de um programa de controle e auditoria para evitar novos comportamentos ilegais com a intenção de aumentar a venda de remédios, algo que para Holder aumenta o custo de programas sanitários públicos nos EUA.

O acordo anunciado hoje não representa o fim de outros processos contra o uso de Risperdal nos estados da Louisiana e Carolina do Sul.
Imprimir