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'Momento mais dramático que vivi', diz Dilma sobre tragédia da Kiss

RBS TV

 Durante entrevista para o Grupo RBS na manhã desta quarta-feira (6), no Palácio da Alvorada, a presidente da República Dilma Rousseff falou sobre a tragédia de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, que vitimou 242 neste ano. Na época, a presidente cancelou todos os compromissos e visitou familiares das vítimas da boate Kiss, além de decretar luto oficial no país por três dias.
“Do ponto de vista pessoal, aquele foi o momento mais dramático que eu vivi. Ali você enfrentava a dor humana sem nenhum bloqueio. É muito difícil”, revelou a presidente para jornalistas no Painel RBS.
Em janeiro, ao falar sobre o incêndio, Dilma chorou. Nesta manhã, relembrou os momentos de emoção que marcaram todo o Brasil. “Momentos de comoção de comunidades são muito fortes, é uma dor muito tangível, é impossível ver mãe e pai com a situação invertida. A natureza não previu que filho morresse antes dos pais”, completou Dilma.
Ainda na entrevista, a presidente comentou o episódio das denúncias de espionagem ao governo brasileiro. Ela desmarcou uma viagem para os Estados Unidos após o fato. Segundo Dilma, um pedido de desculpas seria necessário para que uma nova data fosse agendada. A presidente garantiu também que as relações comerciais e diplomáticas com o país norte-americano não foram interrompidas.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.
Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas
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