Depois da recepção hostil aos jogadores no aeroporto, nesta segunda-feira, um grupo de cerca de 20 torcedores invadiu o Engenhão pelo Setor Sul, onde há uma entrada para funcionários da obra, para prosseguir os protestos durante o treinamento. Os alvinegros foram contidos pela segurança e por policiais, e só deixaram o local depois de um encontro com os atletas.

Segundo relato de uma torcida organizada no Twitter, Seedorf foi o único a falar e prometeu a eles a vaga na Taça Libertadores do ano que vem. Além disso, conseguiram do gerente executivo Aníbal Rouxinol a garantia de que o preço dos ingressos irá baixar ainda mais para o confronto com o Atlético-PR, domingo. Para esta quarta-feira, contra a Portuguesa, o mais barato custa R$ 15.

De acordo com Rafael Marques, apesar de insatisfeitos com a hostilidade, os atletas ficaram contentes com o resultado da conversa. O atacante contou que houve um entendimento e a promessa de apoio nas partidas que restam do Campeonato Brasileiro.

- É uma atitude que ninguém gosta, mas a conversa que tivemos aqui foi boa. Houve bom senso. Faltam cinco jogos e disseram que vão estar do nosso lado. Não vou dizer se é certo ou errado o lugar, mas prefiro pensar que foi válido, já que a conversa foi boa. Não podemos jogar por água abaixo o que fizemos esse ano - disse o jogador.

Rafael Marques revelou que o grupo fez questão de ir completo, e não apenas as lideranças. Ele comparou o momento atual com o seu início no clube, quando enfrentou um grande jejum de gols, e disse que agora o clima está melhor.

- Eles foram para cobrar, pedir raça. Foi o grupo todo para a conversa, não poderia ser diferente. Não tinha motivo para ir um ou dois apenas. Fomos para ouvir, escutar o sentimento deles. Depois disso, demos nossa opinião. Mas isso não chega nem aos pés da cobrança que eu já tive no Botafogo.

O atacante lembrou de outra situação parecida que enfrentou. Quando jogava na Turquia, ele contou que chegou a pular o muro do Centro de Treinamento para tentar agredir torcedores que foram ao treinamento hostilizar o time.

- Mas daquela vez não houve acordo nenhum. Teve empurra-empurra, gritaria... Eu que sou calmo, pulei o muro para partir para a agressão. É experiência que vamos adquirindo. Se fosse hoje, não aconteceria.

Por fim, Rafael Marques deu sua opinião sobre o papel que a torcida botafoguense vem desempenhando neste ano

- Eles estão comparecendo. As coisas acontecem naturalmente. Acho que vão ao estádio nesta quarta para apoiar. O desejo deles é o mesmo que o nosso.

Em quarto lugar com 53 pontos, o Botafogo volta a campo nesta quarta-feira, às 21h (de Brasília), no Maracanã, para enfrentar a Portuguesa. Se valer o que ficou acordado na reunião, com apoio dos alvinegros. Para este jogo, a diretoria fará uma promoção no preço dos ingressos.