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Renan diz que Senado não repetirá 'erros' de Henrique Alves na Câmara

G1

 O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou nesta quarta-feira (13) a declaração do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de que as duas Casas estariam fazendo “jogo de empurra” na votação da PEC do Voto Aberto. O senador disse que não repetirá “erros” que seu colega de partido “infelizmente” cometeu e anunciou que vai colocar a PEC para votação no plenário do Senado nesta quarta.
Na terça-feira (12), Alves disse que havia “jogo de empurra” entre Câmara e Senado sobre a votação de projetos que preveem o fim do voto secreto no Congresso. Há duas propostas diferentes sobre o tema tramitando no Congresso, uma em cada casa. As duas estão prontas para ser analisadas nos plenários.
"A Câmara está esperando o Senado votar. E eles estão esperando a Câmara votar. Está um jogo de empurra”, disse Alves na terça.
Renan já havia negado o "jogo de empurra" na noite de terça. Durante entrevista nesta quarta, ao ser novamente questionado sobre o comentário do presidente da Câmara, Renan respondeu: “Essa declaração do Henrique é errática. O Senado já havia votado há bastante tempo o voto aberto e a matéria foi para a Câmara, e a Câmara, ao invés de votar a matéria que o Senado havia votado decidiu votar uma outra matéria, o que nos obriga a votar duas vezes a mesma matéria. Mas vamos fazer isso. Não vamos repetir aqui no Senado erros que infelizmente o Henrique já cometeu na Câmara”.
Renan Calheiros anunciou nesta quarta que vai antecipar a sessão no plenário do Senado de 16h para 15h a fim de que o plenário conclua a votação em dois turnos da proposta. Em seguida, se for aprovado, o texto seguirá para promulgação.

O projeto que deverá ser analisado pelos senadores nesta quarta-feira acaba com o voto secreto em todas as deliberações de Câmara, Senado, Congresso Nacional e também estende seus efeitos às assembleias legislativas dos estados, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e às câmaras municipais.

Já a proposta que está em tramitação na Câmara prevê o fim do voto secreto apenas em processos de cassação, mantendo sigilosas as apreciações de vetos presidenciais e de indicação de autoridades, como ministros do Supremo Tribunal Federal e do Procurador-Geral da República.
Contrapartida
Renan cobrou “contrapartida” da Câmara, que não tem votado, segundo ele, matérias importantes já analisadas pelos senadores. “Falta a Câmara fazer o que o Senado faz”, disse.
“Não tem sentido que o Senado vote e a Câmara não dê andamento”, declarou. “Quando as coisas andam numa casa e não andam na outra, fica com o bicameralismo descompensado. Isso precisa ser resolvido e não dar esse tipo de declaração de que está havendo empurra. Não é isso. É uma declaração errática”, reafirmou o senador.
Calheiros citou como exemplo o projeto que regulamenta o trabalho doméstico, aprovado em julho pela Casa e parado desde então na Câmara dos Deputados, e o projeto que torna a corrupção passiva e a ativa crime hediondo, aprovado há cinco meses pelos senadores.
“Vou lembrar de uma, a que tornou a corrupção crime hediondo. Mais do que nunca, é importante votar isso lá a Câmara. Mas, como o Voto Aberto, está lá há bastante tempo e a gente não tem nem notícias de quando pode ser votada”, disse Calheiros. “É um absurdo”, concluiu.
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