Imprimir

Notícias / Esportes

Renato ignora bronca de Zé e prefere rodízio: 'Não armo time para A ou B'

Globo Esporte

A imagem é forte, resumo emblemático do momento vivido por Zé Roberto. Mas que não abala as já conhecidas convicções de Renato Gaúcho. Ao ser substituído aos 13 minutos do segundo tempo no 1 a 0 sobre o Vasco na quarta, o meia mostrou sua irritação: jogou uma de suas chuteiras para o gramado. Embora a reação tenha sido motivada pela pura vontade de estar em campo, o técnico voltou a não garantir a sua permanência como titular, falou em rodízio de esquemas e que jamais moldará uma equipe em função de determinada peça.

Na entrevista coletiva após o jogo, Renato avisou: nenhum jogador será privilegiado na equipe gremista. Tampouco algum sistema será definitivo para as quatro últimas rodadas do Brasileirão - 4-4-2, 4-3-3, 3-5-2... Tudo para tentar manter a equipe tricolor em alta para segurar a vaga à Libertadores - é o terceiro, com 57 pontos, um atrás do vice-líder Atlético-PR.

- Depende do jogo e da necessidade. Vai prevalecer o esquema para ganhar os três pontos. Não vou armar time para A, B ou C atuarem - afirma o treinador, procurando se esquivar de polêmicas com Zé: - Os 30 jogadores querem jogar, mas só podem 11. E ele (Zé) jogou. Essa função na frente dos três volantes foi boa para ele.

Xodó da torcida, Zé Roberto deixou o gramado incomodado ao ser substituído no início do segundo tempo por Maxi Rodríguez. E, questionado sobre a chuteira jogada próximo à área técnica, não fugiu da resposta. Admitiu que era irritação por ter sido sacado, embora tenho dado a assistência para o gol de Rhodolfo, ao cobrar escanteio.

- Claro, pô! Eu queria jogar. O time estava ganhando por 1 a 0. Eu preciso de ritmo de jogo. Não sei se estou recuperando espaço. Não sei se vou jogar a próxima. Mas eu quero jogar - disse.

A torcida está com Zé. Tanto que vaiou sua saída, indicando que queria vê-lo ao lado de Maxi na partida. Na zona mista, em tom mais ameno, sustentou a sua posição de não concordar com a troca, mas deixou claro que o grupo está em primeiro lugar:

- Não sei se é recuperar espaço. O Renato está me dando oportunidade de jogar. Estou focado, até porque sempre joguei. Independentemente de atuar ou não, precisamos focar na classificação. Claro que quero ajudar, estou sempre preparado. Queria dar continuidade.

Nos últimos dez jogos, Zé Roberto foi reserva por sete vezes seguidas, sem sequer entrar no segundo tempo, além de acumular duas partidas como titular (Atlético-PR e Vasco). Renato costuma justificar a opção por três volantes por mais marcação no meio-campo.

Mas, novamente sem Vargas, a serviço do Chile, Renato deve manter o 4-4-2 com o Flamengo, no domingo. Com ou sem Zé? Isso não se sabe. Mas com um pouco de mistério e polêmica? Com certeza.
Imprimir