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Caso Joaquim: se confirmada, overdose de insulina poderia ter sido revertida, diz médico

R7

  Em menos de sete dias a polícia de Ribeirão Preto, no interior paulista, espera ter esclarecido o caso envolvendo a morte do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, encontrado morto há uma semana em um rio, a pouco mais de 100 km da casa na qual morava com o padrasto, Guilherme Rayme Longo, de 28 anos, e com a mãe, Natália Ponte, de 29. Para a polícia, um dos dois ou ambos são responsáveis pela morte da criança.

Depois dos depoimentos da semana passada com dois profissionais de saúde, no qual foi possível tirar dúvidas técnicas sobre a aplicação de insulina em uma pessoa – Joaquim era diabético –, crescem as suspeitas de que uma superdosagem do hormônio tenha sido a causa da morte do menino na madrugada do dia 5 de novembro.

Os resultados preliminares de alguns exames realizados no corpo de Joaquim devem confirmar ou não a suspeita do delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pelo caso. Se for essa a causa da morte, ela poderia ter sido evitada, segundo um médico consultado pela reportagem do Domingo Espetacular. De acordo com ele, erros na hora de aplicar a insulina são comuns, mas raramente resultam em morte.

— Sim, inclusive sintomaticamente isso é muito simples. Eventualmente (com uma superdosagem) se chega ao desmaio, a uma perda de consciência, mas tudo isso tem uma reversibilidade razoavelmente simples.

Se a criança morreu por uma aplicação errada do medicamento, teria sido esse erro acidental ou intencional? A investigação do caso aponta para uma série de inconsistências e contradições entre os depoimentos do padrasto e da mãe de Joaquim. Ele diz ser inocente, tendo saído na madrugada do crime para comprar drogas. Ela afirma ter dormido a noite toda, só dando falta do filho no começo da manhã.

O delegado do caso já ouviu mais de dez testemunhas e pretende ouvir outras pessoas nesta próxima semana, que terá ainda uma reconstituição na casa da família com o casal, que está preso há uma semana por ordem da Justiça, e possivelmente uma acareação entre Longo e Natália. A polícia não tem dúvidas de que o menino foi assassinado e de que o responsável pelo crime estava dentro da casa. A questão agora é definir o papel do casal no caso.

Dois vídeos também já constam nas investigações e podem ajudar na elucidação do crime. O primeiro deles mostra uma pessoa carregando um pacote, enrolado em um lençol, na rua da casa do casal. O segundo revela um carro saindo da garagem dos pais do padrasto de Joaquim. O veículo sai e reaparece minutos depois. Os investigadores querem saber se o carro é o mesmo visto por um pescador perto do riacho onde o corpo da criança teria sido jogado.

Os policiais esperam concluir o inquérito até a próxima sexta-feira (22), remontando o verdadeiro quebra-cabeça que é hoje o caso envolvendo a morte do menino Joaquim.
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