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Nasa lança sonda espacial para estudar atmosfera de Marte

AFP

 A agência espacial americana (Nasa) lançou às 16h28 (horário de Brasília) desta segunda-feira (18), de Cabo Canaveral, na Flórida, a nave não tripulada Maven para Marte, com o objetivo de investigar por que o planeta vermelho perdeu boa parte de sua atmosfera superior, composta inclusive por água líquida, na qual poderia ter existido alguma forma de vida há bilhões de anos.

A sonda Maven (sigla para Mars Atmosphere and Volatile Evolution) pesa 2,45 toneladas e está sendo transportada por um foguete Atlas V, da empresa United Launch Alliance. A sonda será posta na órbita do planeta vermelho após dez mezes (em 22 de setembro de 2014) e vai analisar as camadas da atmosfera e as interações com o Sol e o vento solar que podem ter influenciado a perda de gases, destacou a Nasa.
A previsão do tempo na Flórida dava 60% de probabilidades de condições favoráveis no momento do lançamento.

A separação entre a sonda e o segundo estágio do foguete Atlas deve acontecer 52 minutos após o lançamento e 15 minutos depois, Maven deverá desdobrar seus painéis solares.
A chegada da Maven pode ocorrer dois dias antes da chegada da sonda espacial que a Índia enviou a Marte, a Mars Orbiter, lançada em 5 de novembro passado. A missão científica de Maven começaria em novembro de 2014.

No entanto, os objetivos científicos das duas sondas não se sobrepõem, afirmou David Mitchell, chefe de projeto da Maven. A sonda indiana irá em busca de metano, que poderia provar a existência de algum tipo de vida no passado do planeta, enquanto a americana busca respostas sobre as mudanças climáticas que o planeta vermelho sofreu.

Missão de US$ 671 milhões
Sonda Maven é lançada de Cabo Canaveral, na Flórida (Foto: HO/NASA TV/AFP)
Nave americana será levada até o planeta vermelho por um foguete Atlas V (Foto: HO/NASA TV/AFP)
A missão da sonda Maven, de 671 milhões de dólares, é a primeira da Nasa destinada a explorar a atmosfera superior de Marte, ao invés de estudar sua superfície seca, destacou a agência espacial americana.
'Quando a água líquida fluía em abundância em Marte - como demonstram muitos indícios -, o planeta devia ter uma atmosfera mais densa, que produzia gases de efeito estufa, permitindo que o planeta fosse mais quente', disse neste domingo, durante uma coletiva de imprensa, Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado (oeste), chefe científico da missão.

'Queremos compreender o que aconteceu, aonde foi a água e o CO2 que antes formavam uma atmosfera densa', acrescentou.

Com Maven, 'teremos uma compreensão da história de Marte e seu potencial para a vida, sua habitabilidade, que depende principalmente da história da água e de seu clima'.

Mediante análise da dinâmica atual da atmosfera superior de Marte é possível entender as mudanças no tempo do planeta e os efeitos resultantes, segundo o cientista.

Para esta missão, a sonda Maven conta com oito instrumentos com um total de nove sensores, inclusive um espectrômetro de massas para a determinação das estruturas moleculares dos gases atmosféricos e um sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyzer), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas de Astrofísica e Planetologia (IRAP) de Toulouse (França), que analisará o vento solar na magnetosfera de Marte.
Depois de sua inserção orbital e cinco semanas de calibragem dos instrumentos, a sonda entrará em uma órbita elíptica de quatro horas e meia, o que lhe permitirá fazer observações em todas as latitudes de todas as camadas da atmosfera superior do planeta, com altitude variável de 150 km a mais de 6.000 km.
Maven é a segunda missão do programa americano Scout, que consiste em pequenas missões menos onerosas, dedicadas a explorar Marte antes de uma missão tripulada prevista para 2030, segundo planos da Nasa.
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