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MPF pede aumento das penas dos condenados no caso Cachoeira

TV Anhanguera

 O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) pediu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) o aumento das penas aplicadas a Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e a outros sete condenados na Operação Monte Carlo.
Em dezembro do ano passado, o juiz Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal, condenou o grupo por participação em um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Todos os réus recorreram das decisões e aguardam o julgamento dos recursos em liberdade.
Para o MPF, contudo, essa decisão teve “sanções fixadas de forma insuficiente para alcançar os objetivos de repressão e prevenção dos crimes praticados”. O órgão solicita, então, que a sentença seja parcialmente reformulada e as penas, recalculadas. Com isso, a pena de Cachoeira, condenado a 39 anos e 8 meses de prisão, passaria para 50 anos e 5 meses e deveria ser cumprida inicialmente em regime fechado.

Ainda segundo o MPF, alguns fatores relacionados à conduta social de Cachoeira e os demais envolvidos e às consequências das ações criminosas “não teriam sido considerados pelo juiz para a fixação da pena-base.”
A medida também seria aplicada aos demais envolvidos. São eles: Lenine Araújo, condenado a 24 anos e 4 meses de prisão e que passaria a ter pena de 40 anos e 4 meses de reclusão; José Olímpio Queiroga Neto, que pegou 23 anos e 4 meses, mas teria a pena revista para 30 anos e 6 meses; Idalberto Matias, o Dadá, condenado a 19 anos e três meses, cuja pena passaria para 21 anos e 7 meses; Geovani Pereira da Silva, com pena de 13 anos e 4 meses que subiria para 19 anos e Wladimir Garcêz, condenado a 7 anos, cuja pena passaria para 9 anos.

Já no caso de Raimundo Queiroga, condenado a 12 anos e 8 meses, e Gleyb Ferreira da Cruz, que pegou 7 anos e 8 meses, o MPF destaca que a fixação da nova pena fica à critério do TRF-1.
O G1 entrou em contato com o advogado de Carlinhos Cachoeira, Nabor Bulhões, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
As ligações para os advogados de defesa de Gleyb Ferreira, Raimundo Queiroga, José Olímpio Queiroga e Geovani Pereira caíram na caixa postal. Já a defesa de Idalberto Matias e Lenine Araújo não foram encontradas.

Ao G1, o advogado de Wladimir Garcês, Ney Moura Teles, questionou a legitimidade do recurso do MPF. "É uma ação mal feita e sem sentido algum. Eles perderam os prazos para recurso e agora tomaram a medida apenas para aparecer", destacou. Segundo ele, a defesa já entrou com os pedidos de revisão das penas e aguarda a decisão da Justiça. "Vamos reduzir o tempo das condenações e não aumentá-las", disse.

Entenda a Operação Monte Carlo
Carlos Cachoeira foi condenado por chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Ele foi preso em 29 de fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo MPF.
Cachoeira foi condenado pelo juiz federal no processo oriundo da Operação Monte Carlo, pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha.
O nome de Cachoeira ainda aparece envolvido em duas operações da Polícia Federal: a Monte Carlo e a Saint Michel. A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.
O bicheiro obteve liberdade em 11 de dezembro do ano passado, dias depois de ser preso em razão de sua condenação. Antes, ele havia ficado preso no presídio da Papuda, em Brasília, por nove meses.
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