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Notícias / Educação

Graciliano, João Cabral, Lispector e Bandeira estão nas aulas de literatura

Nordeste

 Uma das formas mais genuínas de se conhecer a história de um país é estudando sua literatura. Os movimentos e as características dos escritores sempre apontaram a realidade de um determinado período, mostrando insatisfações, ufanismos e transformações sociais. Nas reportagens do Projeto Educação exibidas em 2005 e 2006, a professora Flávia Suassuna falou de diversos autores que marcaram a literatura brasileira, como Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira e Euclides da Cunha.

Alagoano da cidade de Quebrangulo, Graciliano Ramos construiu nas palavras um ofício. Sua literatura era sem excessos e buscava uma palavra nua, substantiva, sem ajuda de adjetivos e adjuntos. O alagoano conquistou o País e é considerado um dos maiores escritores do Brasil.

Carlos Drummond de Andrade deixou contos, ensaios e poesia para o povo brasileiro. Ele era escritor do cotidiano, do dia a dia. Das palavras, Drummond sempre tirava uma carga emocional, uma quebra da erudição linguística. Os termos eram simples e belos.

O livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, marcou uma fase da literatura brasileira. O autor nasceu em MG e se formou em medicina, tornando-se diplomata. A sua obra recria linguagens e inventa palavras. Tratando do Sertão, o regionalismo ganha impulso universalizante.

Clarice Lispector, nascida na Ucrânia, mas criada em Pernambuco, teve um jeito único e profundo de escrever. Ela escrevia com paixão e angústia, pois as ideias vinham em qualquer lugar. A escritora era moderna em estrutura, forma, assunto e linguagem.

Cecília Meireles nasceu em 1901, no Rio de Janeiro. Com infância de muitas perdas, ela dizia que a morte de seus pais deu a ela o mote para a sua poesia. O silêncio e solidão sempre foram temas de sua obra. A escritora foi a primeira mulher a marcar definitivamente a literatura brasileira.

A professora analisou a história das obras de José de Alencar, Lima Barreto e Mário de Andrade. Em comum, está o retrato da realidade do país na época em que foram escritas. Alencar falou do índio em O Guarani; Barreto falou do país em Triste Fim de Policarpo Quaresma; e Mário usou a comicidade em Macunaíma.

Os Sertões, de Euclides da Cunha, é usado em história e literatura. A obra fala da Guerra de Canudos, no final do século XIX, que aconteceu no Sertão da Bahia. A situação de precariedade, junto às ideias de Antônio Conselheiro, provocou um dos maiores conflitos da história do país.

Os personagens das obras de Machado de Assis normalmente são muito complexos. Ele quebra a linearidade narrativa, mostrando as fases da vida de forma desordenada. Machado antecipou o modernismo.

Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, mostra um Brasil que existe até hoje. Na saga do Sertão até o mar, para buscar uma vida melhor, o Severino do livro passa por vários momentos de reflexão e angústia. Na obra, há muitas expressões nordestinas e pernambucanas.

Aos 17 anos, Manoel Bandeira ficou doente de tuberculose. Mas isso não influenciou sua poesia, que enxergou beleza nas paisagens, nos detalhes mais comuns aos olhos da maioria. Dentre os temas que retratou, estão a infância no Recife e as ruas da cidade.
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