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Homem afirma à polícia que ritual em caixão foi feito por ex-mulher para ele

G1

  Um homem procurou a polícia de Mucuri, no sul da Bahia, e afirmou ao delegado Charlton Fraga que o ritual de magia negra encontrado dentro de um caixão infantil foi feito para ele. O material foi descoberto em uma exumação que investigava um enterro de uma criança realizado sem atestado de óbito. Desde então, a polícia quer saber se a criança existe ou não.

O homem foi ouvido na terça-feira (20) e tem o mesmo nome da suposta criança, que teria mais de um ano, informou a polícia. Em depoimento, ele disse que o ritual foi feito por sua ex-mulher e que a camisa no caixão também é dele. O homem não tem relação nenhuma com as supostas mãe ou avó envolvidas no caso, afirma o delegado.

"O caso ganha uma nova vertente de investigação. Nós suspeitamos que a ex-mulher do senhor teria encomendado o feitiço à avó materna da suposta criança, que é uma macumbeira já conhecida na cidade", disse o delegado, nesta quarta-feira (20), Charlton Fraga, responsável pela investigação.

A polícia também ouviu um casal de idosos, que confirmou que a susposta mãe do bebê já esteve grávida, mas não presenciou o nascimento da criança. A polícia agora esta à procura das pessoas que testemunharam o nascimento do bebê, na tentativa de confirmar a existência da criança, além da ex-mulher do senhor que depôs na terça-feira (19).

Versão da suposta mãe
Há cinco dias, a mulher que diz ser a mãe da criança garantiu à polícia que as roupas que estavam no caixão eram dela, assim como a fotografia, que foi encontrada desbotada.

Ela disse que o avô paterno do filho era quem cuidava da criança e que teria ligado para ela para saber como fazia um enterro. Depois desse dia, ela passou a não ter mais notícias do suposto filho, informou em depoimento.

A mulher afirmou que teve o filho na zona rural da cidade e que cinco pessoas assistiram ao parto, entre elas, a parteira. Uma parente dela informou à polícia que nunca viu a mulher grávida. A polícia aguarda os envolvidos para prestar depoimento.

Investigação
A polícia instaurou inquérito no dia 31 de outubro deste ano para investigar o caso, depois que o delegado receber notificação da Justiça, que pedia investigação de uma família que solicitava o atestado de óbito de um bebê que já tinha sido enterrado.

"A mãe e avó da criança fictícia procuraram o coveiro para fazer sepultamento. Marcaram e não foram. No outro dia, à noite, quando o coveiro já tinha saído, fizeram o enterro. Daí o coveiro foi cobrar a declaração de óbito e nada. Elas foram ao cartório, mas a criança não tinha a certidão de nascimento. A tabeliã ficou desconfiada por não saber o lugar e a causa da morte, fez um relatório e mandou para a juíza, que me repassou e eu instaurei inquérito", explicou o delegado.

O coveiro e o administrador do cemitério foram interrogados. "Em conversas preliminares com a mãe da criança, ela afirma que a criança existe. Não sei se inventaram a história para justificar o feitiço", avalia. Fraga diz que precisa descobrir se a criança existe ou não. "Se não existir, a mãe responde por registro de nascimento inexistente. Se existe, preciso saber onde está e se está viva", aponta.
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