Ainda sem um novo técnico, Palmeiras e Jorginho, o interino, buscam entrar em sintonia. Como as diferenças de filosofia em relação a Vanderlei Luxemburgo são inevitáveis, a equipe bate cabeça para se ajustar.

Alterações feitas por Jorginho no coletivo de ontem, mesmo que pequenas, provocaram discordâncias no elenco, principalmente em relação ao posicionamento defensivo. Depois de seguidos cruzamentos realizados pelo time reserva que deram certo, Jorginho interrompeu a atividade para mexer nas posições de Obina, Pierre e Souza.

"O Pierre não sai daqui de jeito nenhum", afirmou o treinador, ajeitando o volante na entrada da grande área para pegar o rebote vindo da defesa.

Nesse instante, o goleiro Marcos pediu a palavra e disse que não era daquela forma que o time estava acostumado a marcar. "Como era, então?", questionou Jorginho, para em seguida ser orientado. Quando a bola saiu de perto da área de Marcos, ele comentou com o preparador de goleiros, Cantarele: "A gente rodava conforme o outro time".

O que ele quis dizer é que os defensores haviam se habituado com Luxemburgo a não ficarem fixados no mesmo lugar dentro da área, em marcação por zona. Ou seja, se um atleta do time rival esperava a bola no lado direito em um cruzamento, e no esquerdo em outro, o responsável por anulá-lo deveria acompanhá-lo, e não deixar a função a cargo de outro.

Marcos, o mais experiente do elenco e um dos que mais orientam o time nas partidas, tem sido uma espécie de auxiliar de Jorginho nos treinos.

Nada que incomode o interino. "Não adianta ficar mudando, tirar o foco dos atletas. Não estou dizendo que não tenho responsabilidade sobre o time, cada um está assumindo a sua."

O presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, que falou que poderia definir o novo treinador até ontem, foi até o CT e assistiu ao treino inteiro. Mas não quis falar com a imprensa.