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Prisões do mensalão ajudam a refletir sobre presídios brasileiros, diz CNBB

G1

 O presidente do Conselho Nacional de Bistos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, afirmou nesta quarta-feira (27) durante entrevista em Brasília, que a prisão dos réus do mensalão poderá fazer com que o país reflita sobre a situação do sistema carcerário brasileiro.
"A inserção do preso na sociedade só se dará na medida em que nossas prisões oferecerem condições dignas de vida. Quem sabe esse momento é uma oportunidade para a avaliação e reflexão das condições de nossos presídios", afirmou. "Quando a gente visita os presídios, realmente, nem todos estão em condições dignas de receber uma pessoa humana, sem dúvida nenhuma."
O cardeal afirmou que a posição o CNBB quanto as prisões dos condenados do mensalão é "de respeito ao Supremo Tribunal Federal". "O julgamento foi feito segundo as normas exigidas por qualquer processo", disse.

Questionado se o deputado licenciado José Genoino deveria cumprir a pena em prisão domiciliar por questões de saúde, Damasceno afirmou que "deve-se levar em consideração a dignidade". "Se for preciso que ele cumpra pena em casa, ele tem que cumprir", afirmou.
"Cabe a quem aplica as penas tomar em consideração a situação de cada um. Se for necessário, por questões de saúde, acho que temos que levar em conta a situação de cada pessoa. Cabe a decisão do juiz", completou.
Genoino foi preso no último dia 15 e levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir pena em regime semiaberto. Na semana passada, ele passou mal na prisão e foi transferido para um hospital, do qual teve alta no sábado (23).

Reforma da Igreja
A CNBB comentou a primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco, nesta terça-feira (26), em que o Papa afirmou estar "aberto a sugestões" para reformar o papado. Ele convidou a Igreja Católica a realizar uma "reforma profunda" de suas estruturas.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis afirmou que o Papa Francisco sinalizou que quer exercer o pontificado de maneira "muito colegial". " "O papa tem dado um tom muito particular do seu pontificado", afirmou. "Ele está buscando uma maneira de exercer seu pontificado de uma maneira muito colegial e sinodal, no qual o papa é a cabeça e os biscos devem ter essa preocupação por toda a igreja."
O documento, chamado Exortação Apostólica, está sendo considerado o de maior importância escrito por Francisco desde que assumiu o pontificado, em março.
O pontífice disse que prefere uma "Igreja machucada e suja por ter estado nas ruas do que uma Igreja que não é saudável por estar confinada e apegada à própria segurança".
O documento sugere que muitas mudanças estão por vir e traz um programa ambicioso para tentar reacender o fervor da missão missionária da Igreja, afirma o repórter da BBC em Roma David Willey.
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